Mais como exercício de final de mês do que como informação real, vão abaixo os preços médios do frango, do boi e do suíno vivos, além das cotações médias de milho e farelo de soja em maio corrente e no decorrer do mesmo período dos três anos anteriores.
É provável que a média apontada para os cinco primeiros meses deste ano não fuja muito à realidade. O mesmo, porém, não pode ser dito dos valores relativos, especificamente, a maio. Porque em 10 dos últimos 30 dias do mês o mercado (de todos os produtos) esteve paralisado. Assim, os valores obtidos são apenas um indicativo do que poderia ter ocorrido se a produção animal não tivesse sido envolta em verdadeira catástrofe.
Curiosamente, porém, a cotação média do frango vivo – o animal mais prejudicado pelo movimento dos caminhoneiros – corresponde, talvez exatamente, ao que seria registrado em condições normais de mercado. Porque, a despeito de a época do mês (último decêndio) apresentar um consumo extremamente recessivo, a oferta do produto, decrescente, assegurava ao menos a estabilidade de preço.
Aliás, foi em maio que o frango vivo apresentou as primeiras altas do ano. E isso se deve não apenas ao fato de o mês ser marcado por evento que garante um dos maiores consumos de cada exercício – o Dia das Mães – mas também à redução da produção anunciada desde março passado.
O que vem a seguir – isto é, em junho – permanece como uma grande incógnita. Havendo liberdade para a retomada das atividades econômicas, tudo começa pela reativação dos abatedouros. Que, entretanto, precisarão, antes, despachar as cargas que se acumularam a partir de 21 de maio. Ou seja: a retomada das negociações com o frango vivo ainda pode demorar. E também pode ser lenta. Como lenta será a recuperação da avicultura após essa tempestade inédita.
PS: Na tabela abaixo, foi mantida como referência da inflação de maio o IPCA-15, fechado antes que se iniciasse o movimento dos caminhoneiros. Mas, sabe-se, a inflação deste mês trará grandes e tristes surpresas.