Animais estão sem alimentação nas granjas de MS

Leia em 4min 10s

Com a paralisação dos caminhoneiros, prejuízo no setor produtivo de MS é de R$1,2 bilhão. Produtores pedem suporte ao governo de MS e escolta para escoar a produção. Com a paralisação dos caminhoneiros, Mato Grosso do Sul deixou de abater mais de 25 mil suínos. De acordo com a Associação de Suinocultores de MS (Asumas), animais que deveriam ter sido embarcados para a indústria permanecem nas propriedades causando prejuízos aos produtores. A indústria que fica em Dourados e trabalha em parceria com produtores da região, é preparada para abater 4.200 animais por dia e desde o dia 23 de maio não abateu nenhum.

 

Mortalidade e canibalismo: Animais estão sem alimentação nas granjas de MS; Prejuízo no setor produtivo passa de R$1 bilhão. te para alimentá-los. eles começam a se morder... orelhas, rabo, tem brigas e vira uma verdadeira situação drámatica dentro das granjas" explica. 


Canibalismo também entre as aves


Na indústria de aves, 3 milhões de animais deixaram de ser abatidos na última semana. Cerca de 700 mil aves que nasceram nesse período de paralisação deixaram de ser alojadas e, de acordo com os produtores, isso também vai causar prejuízos no futuro. Pelo menos 10 milhões de frangos estão passando fome e o instinto das aves também é o canibalismo. De acordo com Adroaldo Hoffman, presidente da Associação Sul-Matogrossense de Avicultores, manter essas aves na granja significa jogar alimento fora: "A gente tá passando uma fase que, daqui para a frente a situação se torna irreversível a longo prazo para a cadeia produtiva do frango". 

 

"A situação é grave"

 

Na tarde desta terça-feira (29) uma reunião entre representantes dos produtores de aves e suínos e da indústria que atuam na região de Dourados e Sidrolância, se reuniram com o secretário estadual de meio-ambiente, desenvolvimento,econômico, produção e agricultura familiar, Jayme Verruck, para pedir suporte das forças de segurança na escolta dos caminhões que devem fazer esse transporte de carga viva e também de produtos frigorificados dos dois segmentos.

 

Algumas cargas já saíram em comboio para a indústria mas segundo o secretário, o número não alivia a situação dos produtores: "A situação é grave. Apesar do acordo nós não tivemos desobstrução. Só na área de suínos e aves são 174 caminhões caminhões parados e carregados com produtos prontos para o consumo que não conseguem sair, e os produtores não conseguem chegar com os animais até a indústria". O secretário afirmou ainda que alguns carregamentos de animais conseguiram passar em comboio mas é pouco diante da necessidade: "E impossível 'comboiar' toda a produção do Estado.

 

"A atividade econômica está paralisada"

 

Além da pecuária, outros setores também estão sentindo o impacto da paralisação. Segundo o secretário, não se pode pensar apenas no trânsito da local da produção: "Mato Grosso do Sul é um estado exportador, precisamos escoar essa produção para São Paulo. A atividade econômica está paralisada. Estamos tendo uma perda de arrecadação de R$ 15 milhões por dia" explica.

De acordo com o secretário, uma das indústrias de celulose de Três Lagoas, município que tem boa parte da arrecadação baseada nessa atividade, vai parar a fábrica: "Apesar de ter estoque de materiais, eles não conseguem levar a celulose para os terminais rodoviários". explica.

 

Usinas de etanol e açucar também estão paradas. Segundo o presidente da Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), Roberto Hollanda Filho, na segunda-feira (28) eram 6 usinas sem produzir, nesta terça (29) já são 10 em todo o Estado: "Oito usinas estão moendo com baixa capacidade, em torno de 40% porque o combustível não está chegando. Até o momento a perda de faturamento é entre R$ 120 e 130 milhões. Se a paralisação continuar, em 48 horas a perda de receita será de R$50 milhões por dia em produtos que deixarão de ser produzidos".

 

Governo propõe redução do ICMS do diesel 

 

Após uma reunião realizada na tarde desta terça (29) entre representantes do governo de MS, caminhoneiros e representantes do setor produtivo, o governo anunciou a proposta de reduzir a alíquota do ICMS do diesel, dos atuais 17% para 12%, mas estabeleceu condições: liberar os pontos de bloqueio e também os pontos de manifestação pelas rodovias do estado.

A proposta segue em discussão nesta quarta-feira na governadoria, com uma nova reunião entre representantes do sindicato dos donos de postos, distribuidoras e OAB. Se o acordo realmente acontecer, o governo precisa elaborar um projeto de lei e encaminhar à Assembleia Legislativa de MS para que o imposto mais baixo seja colocado em prática.

 

Fonte: Portal G1

 


Veja também

Frango, boi e suíno vivos em maio e no acumulado do ano

Mais como exercício de final de mês do que como informação real, vão abaixo os pre&cce...

Veja mais
Indústrias de alimentos voltam à ativa

As grandes indústrias de alimentos do País chegaram a uma situação-limite e estão emp...

Veja mais
Supermercados voltam a receber alimentos, mas em pouca quantidade

As principais centrais de distribuição de alimentos do país e supermercados voltaram a receber entr...

Veja mais
Laticínios: estragos somam R$ 8,4 mi

Os prejuízos causados pela greve dos caminhoneiros para o setor de laticínios do Ceará gira em torn...

Veja mais
Agricultores familiares descartam produção

Os prejuízos causados pela paralisação dos caminhoneiros são incalculáveis para o set...

Veja mais
Comércio varejista perdeu R$ 3,1 bi com greve de caminhoneiros, diz CNC

Por causa das paralisações nas estradas promovidas por caminhoneiros em todo o País, o comér...

Veja mais
Comércio perde R$ 3 bi na paralisação

As perdas do comércio varejista com a greve dos caminhoneiros já chegam a R$ 3,1 bilhões. Com esse ...

Veja mais
Greve deve corroer resultado positivo do varejo gaúcho no primeiro trimestre

O bom começo de ano do varejo gaúcho – que viu o volume de vendas crescer 10% no primeiro trimestre,...

Veja mais
Falta de produtos no supermercado sobe 21% e afeta feijão e arroz, diz Neogrid

A ruptura, que é a falta de produtos nas gôndolas dos supermercados, aumentou 21% durante a paralisaç...

Veja mais