A brasileira BRF tem enfrentado crescente competição pela oferta de milho, principal matéria-prima da companhia, com o aumento da produção de etanol de milho no Centro-Oeste, disse o presidente da companhia, Pedro Parente, nesta quarta-feira (19).
Parente afirmou, durante evento em São Paulo, que a situação coloca desafios adicionais para a empresa assegurar matéria-prima para ração a custos razoáveis. O etanol de milho é uma tendência relativamente nova no Brasil, mas tem tido um desenvolvimento rápido em Mato Grosso, Estado que é o principal produtor de grãos do Brasil e também um dos maiores exportadores.
A companhia começou a utilizar ingredientes alternativos para a produção de ração, como os grãos secos por destilação (DDGs, na sigla em inglês), subproduto da fabricação de etanol de milho rico em proteínas.
“Temos visto um aumento no consumo de milho pelos produtores de etanol em Mato Grosso e Goiás, onde eles se tornaram consumidores relevantes de milho”, disse Parente em uma apresentação em seminário organizado pela corretora e consultoria INTL FCStone, em São Paulo.
O presidente da BRF estimou que os fabricantes de etanol já estavam usando entre 10% e 15% da oferta nesses Estados, onde a indústria tem plantas de processamento e opera com os produtores de frango e suínos integrados.
O Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, mas tradicionalmente produz o combustível a partir da cana-de-açúcar. Novos investimentos no Centro-Oeste, no entanto, estão aumentando a participação do etanol produzido a partir do milho. Parente ainda afirmou que o impedimento das exportações para a Europa "trouxe problemas relevantes" aos estoques da empresa com relação aos cortes de peito de frango.
Fonte: DCI