Para se adequar às novas regras do Banco Central para marketplaces, a Via Varejo firmou parceria com a empresa de tecnologia GetNet a fim de elevar seu portfólio de serviços financeiros dentro do portal. Com isso, a meta da varejista é manter o ritmo de crescimento da participação nas vendas online. Desde 2016, essa fatia subiu 13 pontos percentuais – chegando a 29%.
“Além da necessidade de adequação às novas regras do Banco Central, vemos a oportunidade de aumentar a proposta de valor da plataforma com muito mais flexibilidade para o nosso cliente”, afirmou ao DCI o diretor financeiro da Via Varejo – controladora das marcas Casas Bahia e Ponto Frio –, Felipe Negrão.
De acordo com o executivo, a parceria com a fintech – que faz parte do grupo do Santander – promoverá aos vendedores cadastrados na plataforma a possibilidade de acesso ao sistema antifraude, aceitação e geração de boleto, infraestrutura em nuvem, pagamento recorrente, cofre, checkout digital seguro, consultoria e antecipação de recebíveis.
Ainda segundo Negrão, a gama completa de produtos financeiros estará disponível até o primeiro trimestre de 2019 e faz parte de uma estratégia do negócio para potencializar a participação da plataforma nas vendas online da Via Varejo.
“Isso vem crescendo com o tempo. Devemos colocar a primeira fase desse projeto em vigor no dia 28 de setembro”, afirmou Negrão, destacando também que o portfólio de produtos anunciados na plataforma deve crescer. Além disso, o executivo ressalta que, até o final do ano, a possibilidade de recebimento antecipado de recebíveis estará disponível para os vendedores cadastrados no marketplace.
Por fim, ele tem a expectativa de que o desenvolvimento de novos produtos financeiros na plataforma também irá “estreitar” as relações da Via Varejo com os sellers.
Em linha com a perspectiva de Negrão, o CEO da empresa de tecnologia GetNet, Pedro Coutinho, afirmou que a parceria reflete uma tendência que pode ser verificada nos últimos anos.
“O mercado de meios de pagamentos vem crescendo dois dígitos há muito tempo e, por isso, o Banco Central começou a criar uma regulamentação para esse segmento”, argumentou Coutinho.
O executivo explica que a nova medida do BC entrará em vigor a partir de 28 de setembro e exigirá a integração total com a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP). A nova norma estabelece que todos os marketplaces com faturamento anual superior a R$ 200 milhões devem realizar a integração financeira de suas transações com a associação civil vinculada ao BC.
O objetivo da medida, segundo o CEO da fintech, consiste em um domínio maior por parte da autoridade monetária sobre o volume financeiro movimentado nessas plataformas, com objetivo de estabelecer maior prevenção sobre a ocorrência de fraudes e crimes virtuais.
Fonte: DCI