A chave para a recuperação da BRF será o mercado interno, que deve ser a espinha dorsal para a sustentação de operações lucrativas da empresa, disse o presidente-executivo da companhia, Pedro Parente.
Um segmento importante continuará sendo o de serviço de alimentação, onde a BRF vem perdendo participação de mercado depois que a ex-diretoria demitiu a maior parte de sua equipe de vendas em um esforço de redução de custos.
Em entrevista à Reuters, Parente também disse que a BRF está “preocupada” com o possível dano às exportações para o Oriente Médio depois que o presidente eleito Jair Bolsonaro disse que planeja transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. A BRF e outros processadores de alimentos brasileiros apostaram muito nas exportações de carne halal para países muçulmanos nos últimos anos. “Temos visto uma reação franca dos países árabes, então esperamos que seja uma retórica de campanha”, afirmou Parente.
O executivo disse que a relação da dívida/Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) era de 6,7 vezes, e a meta é baixá-la para 3 vezes até o final de 2019. Depois que a empresa reduzir sua alavancagem para os níveis desejados, provavelmente voltará a se expandir, principalmente no Oriente Médio e na Ásia. A empresa pretende construir uma unidade de produção na Arábia Saudita para atender aos novos requisitos de conteúdo local no país.
Nesse meio tempo, a BRF está vendendo ativos na Europa, Tailândia e Argentina.
Parente disse que as negociações estão indo bem, com as operações europeias e tailandesas provavelmente indo para o mesmo comprador, já que a maior parte da produção na Tailândia é exportada para a Europa. Cinco interessados devem entregar propostas vinculantes para os ativos, destacaram executivos.
Fonte: DCI