Produtos orgânicos são aqueles feitos ‘in natura’ ou processados, obtidos em sistema orgânico de produção agropecuária ou oriundo de processo extrativista sustentável e não prejudicial ao ecossistema local. Para serem comercializados, esses produtos devem ser certificados por organismos credenciados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em Cuiabá, a rede de Supermercados BigLar disponibiliza estes itens, de ao menos seis áreas de produção dentro de Mato Grosso.
De acordo com a assessoria, as áreas são de Cuiabá, Várzea Grande, Poconé, Santo Antônio do Leverger, Cáceres e Chapada dos Guimarães, e os produtos disponíveis são frutas, hortaliças, legumes e verduras.
De acordo com Marco Masao Sato, responsável pelo relacionamento com os fornecedores do BigLar, as folhagens são todas produzidas na região, bem como as verduras como pepino caipira, quiabo, milho verde, cebolinha verde, berinjela, chuchu, jiló e maxixe.
Alguns produtos, por outro lado, são difíceis de serem encontrados em outros locais, como a batata yakon, que tem sido muito utilizada por pessoas com diabetes e colesterol alto, devido às suas propriedades que auxiliam no controle dessas doenças; batata doce, que é utilizada por pessoas que praticam atividades físicas para ganho de massa muscular; a batata asterix, que é ideal para fritura e muito utilizada nesse tipo de processo industrial; o inhame, também conhecido como cará, que é indicado para a saúde feminina, para o coração e evita a anemia; e os ovos orgânicos, que são enriquecidos com Selênio e Ômega 3.
Masao afirma que os orgânicos ganham cada vez mais espaço entre os consumidores, principalmente as pessoas que estão preocupadas com a saúde, o meio ambiente e com a qualidade do produto. "Países desenvolvidos já adotam a produção orgânica como prioridade. Na Europa, a alimentação orgânica cresce, em países como a Dinamarca, por exemplo, onde até 2020 a produção orgânica deverá crescer de 10% para 15%".
A Horta Terra Estrela, situada em Várzea Grande, é uma das grandes parceiras do BigLar. Ela entrega cerca de 40 itens, entre verduras, legumes e frutas. Egon Nord, O produtor orgânico, engenheiro agrônomo e proprietário da horta, afirma que o consumo aumentou muito nos últimos anos. "A parceria com o BigLar existe há quatro anos e, hoje, em torno de 95% da nossa produção é para atendê-los, já que a procura aumentou bastante", explica.
Egon trabalha com produtores parceiros de Chapada dos Guimarães, Poconé, Santo Antônio do Leverger e Cuiabá. "A maior parte é de assentamentos rurais e agricultores familiares”. Para ele, a parceria com o BigLar foi crucial para o crescimento da empresa.
"O canal de comercialização é fundamental para esses produtores. O BigLar é referência em orgânicos, por todo o trabalho que já desenvolve, e é referência na aquisição de orgânicos junto aos consumidores".
O presidente da Associação de Supermercados de Mato Grosso (Asmat), Alessandro Morbeck, destaca que a procura por produtos orgânicos está em ascensão nos supermercados. "Os supermercados são a grande fonte de produtos orgânicos ao consumidor, seguidos por lojas especializadas e feiras típicas. Nesse sentido, muitas lojas estão criando espaços específicos nas gôndolas devido a crescente procura por esses produtos, deixando de se limitar aos tradicionais hortifrutis. A tendência de crescimento é muito grande nos próximos anos", informa.
No Brasil, de acordo com informações divulgadas pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar da Presidência da República, a área destinada à produção orgânica cresceu 15% em 2016, atingindo 750 mil hectares.
Em três anos (de 2013 a 2016), o número de unidades de produção orgânica mais que dobrou, saltando de 6,7 mil para 15,7 mil. Em 2016, o mercado de orgânicos faturou mais de R$ 3 bilhões no mercado interno, além de R$ 145 milhões em exportações. Estima-se hoje que o Brasil seja o maior produtor de arroz orgânico da América Latina.
Fonte: Olhar Direto