Não há como reduzir carga tributária sem reforma administrativa, diz William Waack

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O jornalista e especialista em Ciências Políticas William Waack afirmou aos 400 convidados do setor atacadista e distribuidor de todo o Brasil que "dado o grau do gasto público no Brasil, ainda não há como diminuir a carga tributária; por isso é tão importante a redução da máquina pública com a Reforma Administrativa." O comentário foi feito durante sua palestra apresentada no Encontro de Valor ABAD 2019, realizado nesta segunda-feira (25), na Fecomércio, em São Paulo. O jornalista abordou a conjuntura Política Econômica brasileira, com foco especial nas reformas necessárias para impulsionar o desenvolvimento do país.

Ele também destacou a atual postura do brasileiro em relação à política, dividido entre e descrença e a polarização. Mas vê como positivo o atual engajamento da maioria, o que resultou em uma substancial renovação do Legislativo por ocasião das eleições.

Waack mencionou também as dificuldades enfrentadas pelo governo federal na condução das reformas, com destaque para a questão da insegurança jurídica. "A insegurança jurídica não é algo que o presidente Bolsonaro possa resolver sozinho. É necessário contar com o apoio também do Congresso, que nesta legislatura está atuando com grande protagonismo", afirmou aos empresários e parceiros do setor, em especial grandes fornecedores de produtos de consumo.


Painel


Durante o encontro, foi realizado um painel político-econômico conduzido pelo presidente da ABAD, Emerson Destro, com a presença dos deputados federais Efraim Filho, presidente da Frente Parlamentar do Comércio, Serviços e Empreendedorismo - FCS; Jerônimo Goergen, relator da Lei da Liberdade Econômica; e Osires Damaso, que também é empresário do setor e líder da ABAD para a região Norte. Participaram, ainda, o presidente da UNECS - União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços e da CACB - Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, George Pinheiro, e os vice-presidentes da ABAD Juliano Faria Souto e José Luis Turmina.


No painel, a questão das reformas essenciais para o país teve amplo destaque, bem como a intensa participação do Legislativo nos debates. "Em 2019, o Congresso tem sido protagonista da agenda do Brasil, compartilhando o poder com o Palácio do Planalto e sendo o fiel da balança da estabilidade do país", frisou Efraim. "A agenda econômica continua a ser prioridade para o Legislativo, seja em temas macro ou em temas microeconômicos. Estamos preocupados com os resultados principalmente do setor de comércio e serviços, que pode ser o grande motor do crescimento e da geração de empregos no país."


"O Brasil está mudando e crescendo, não na velocidade que gostaríamos, nas está caminhando na direção certa. O setor supermercadista, por exemplo, vai crescer este ano algo em torno de 3,5%. Como o setor público vai encolher e responde por boa parte da economia, o PIB será modesto. Mas esse bom resultado do setor privado precisa ser mostrado", continuou.


Ao falar sobre as mudanças já aprovadas na legislação, lembrou que "Elas são o primeiro passo, a ser seguido por uma mudança cultural. No caso da reforma trabalhista, por exemplo, é preciso que o setor empresarial se posicione com coragem, inclusive perante o judiciário, até que se crie uma jurisprudência que consolide as alterações na legislação."


"Em relação à Reforma Tributária, nunca, em meus quatro mandatos, vi o Congresso tão maduro para esse debate como agora. O Legislativo trabalha hoje com um consenso: a Reforma da Previdência veio estancar uma sangria. Já a esperada Reforma Tributária não será possível antes de atacarmos o custo Brasil naquilo que é de fato estrutural - a Reforma Administrativa, que deverá equacionar os gastos do setor público, que é pesado e ineficiente. Somente dessa forma o Brasil voltará a ter capacidade de investimento e será possível, em 2020, pensar em mexer em tributos", concluiu.


O deputado Jerônimo Goergen falou sobre os desafios atuais do governo. "O Brasil tem dificuldades em criar consensos de Estado, criavam-se muitos nichos dentro do Estado, mas o atual governo veio com a disposição de mudar isto. Ele está mudando também a relação com o empresariado, com os setores produtivos"
Falou também sobre a aprovação da lei da Liberdade Econômica e a atuação do Legislativo, incluindo a necessidade de se reforçar o que já foi conquistado de positivo. "Temos o desafio de melhorar o ambiente de negócios do país e também a autoestima do povo lembrando as conquistas já alcançadas. Nesse sentido, 2020 será mais um ano de trabalho intenso."
O presidente da UNECS e da CACB, George Pinheiro, também prevê que o próximo ano será de muito trabalho para o Legislativo, ressaltando o papel do empresariado na evolução das reformas.


ABAD


A ABAD representa nacionalmente um setor que faturou R$ 262 bilhões em 2018. Atendendo diariamente mais de um milhão de pontos de venda em todos os 5.570 municípios do país, os atacadistas e distribuidores cumprem importante papel social, pois, além de dar capilaridade à distribuição de produtos industrializados essenciais por todo o território nacional, é responsável por movimentar as economias locais, gerando mais de 460 mil empregos diretos e 5 milhões de empregos indiretos nos estabelecimentos varejistas do país.


Fonte: Assessoria de Comunicação da Abad

 


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