Mercado de celulares se retrai mas é aposta de LG e Samsung

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A perspectiva de estabilização no número de aparelhos celulares no País, neste ano, começa a acirrar a briga de fabricantes gigantes como LG e Samsung por uma melhor posição no ranking das maiores fabricantes do setor no País, em busca de não perder espaço neste mercado, responsável por movimentar cerca de R$ 69,4 bilhões ano passado. Essas empresas começam a reagir por meio de maiores aportes em ações de marketing e também com o lançamento de novos aparelhos, além de "roubar" executivos das concorrentes, de olho na possível retração do setor em 2009 - uma tendência mundial.

 

Para não perderem margens diante da redução da indústria, as empresas do ranking, liderado pela finlandesa Nokia, seguida de perto por LG, Motorola e Samsung, veem estratégias mais agressivas neste segundo trimestre do ano. A LG, que em 2008 faturou US$ 2,8 bilhões no Brasil (cerca de R$ 5,6 bilhões) acaba de implementar uma mudança na gestão, com a composição de uma nova equipe apostando, inclusive, nos talentos da concorrência. "Queremos ser líderes e, para isso, precisa fazer o que eu chamo de um montão de pequenas coisas. Por isso estamos reformulando a nossa equipe", afirmou Marcus Daniel de Souza Machado, que saiu mês passado da Nokia para assumir a diretoria de celulares da LG Brasil.

 

De acordo com o executivo, a companhia duplicou a equipe de promotores de rua, além de ter contratado dois novos executivos, que vieram da Motorola para gerenciar as contas de clientes de peso como a Vivo (operadora controlada pela espanhola Telefónica e pela Portugal Telecom) e da Claro (do grupo mexicano America Móvil).

 

De acordo com Souza, a equipe da italiana TIM não foi alterada, apesar de ter recebido reforço. "Contratamos também um executivo da Procter & Gamble para a área de consumo", disse.

 

Souza afirma que o ano de 2009 será focado na consolidação da marca da fabricante e que, para isso, algumas estratégias serão postas em prática. "Queremos estimular o uso da internet e da televisão móvel no Brasil", explicou o executivo, referindo-se a um dos aparelhos da fabricante que disponibiliza televisão digital. Além disso, a LG duplicou as negociações com o mercado de celulares desbloqueados, caso da Oi, que incorporou as operações da Brasil Telecom (BrT).

 

A companhia LG aposta que, com o lançamento de um variado mix de produtos, focados principalmente em plataformas musicais, e maiores investimentos em marketing, será possível superar a crise de confiança vivida pelo consumidor e atingir o mesmo patamar de crescimento de 2008, que foi de 12% em relação a 2007, quanto a empresa faturou US$ 2,6 bilhões (aproximadamente R$ 5,2 bilhões). "Este ano vamos investir mais em marketing do que em 2008, quando usamos cerca de 3,5% do nosso faturamento para esse tipo de ações", explicou Eduardo Toni, diretor de Marketing da LG, recentemente.

 

Maior rival da LG, a Samsung, que em 2008 faturou US$ 2,7 bilhões no Brasil (cerca de R$ 5,4 bilhões), espera ultrapassar, até no máximo o final deste ano, as suas rivais, comercializando aparelhos com foco em players musicais de alta potência aliados à tecnologia de tela sensível a toque (mais conhecida por touch screen) com preços acessíveis para classes de médio poder aquisitivo, que sonhavam com um iPhone, da Apple. Nesta semana, a fabricante lançou mais cinco novos modelos.

 

Seguindo essa mesma tendência da LG, a de apostar em talentos da concorrência para compor sua equipe, a Samsung acaba de contratar - no primeiro trimestre deste ano - o executivo Silvio Stagni, para assumir a diretoria de telecomunicações da empresa coreana. Stagni ocupava até então a cadeira da presidência da Sony Ericsson do Brasil. "Nossa expectativa [da Samsung] é a de crescer 50% em volume de negócios neste ano. Queremos sair da crise mais fortes do que entramos", disse Stagni.

 

O executivo segue otimista apesar da expectativa negativa em do mercado de celulares, que deve cair para 38 milhões neste ano, se comparado com os 45 milhões comercializados ano passado. Ele comenta ainda que todas novidades da Samsung serão produzidas nas unidades fabris do Brasil, localizadas em São Paulo e Manaus, e estarão disponíveis a partir do próximo mês.

 

Em relação às estratégias de marketing para a divulgação dos produtos, Hamilton Yoshida, diretor de Marketing da fabricante, explica que não pode revelar os números, mas certamente será um aporte expressivo. "Será maior do que qualquer outra fabricante de celulares já fez", disse.

 

México

 

Apesar de o País estar em uma situação mais confortável neste período de crise, no México os negócios da LG estão diferentes. A empresa fechou, nesta semana, uma fábrica que mantinha lá, com 200 funcionários e capacidade de produção de 200 mil celulares por mês. Enquanto mantinha a fábrica mexicana, a empresa ainda importava alguns produtos mais caros da China, tornando o gasto relativamente alto. Em fevereiro, o governo mexicano derrubou a taxa de importação de produtos, que era de 15%, o que tornou inviável a manutenção da fábrica no país. "Mas isso não afeta o Brasil", disse Souza.

 

A projeção de queda do mercado de aparelhos celulares este ano, de 45 milhões para 40 milhões de unidades, ampliou sensivelmente a disputa de mercado entre as líderes do setor. Na briga, as gigantes coreanas LG e Samsung, respectivamente na segunda e quarta posição no mercado, querem galgar posições no ranking do País e ultrapassar Nokia e Motorola, para não ver suas margens achatadas. Elas lançam estrategicamente novos produtos, com mais aportes em marketing, e roubam talentos da concorrência para a alta gerência.

 

A meta das coreanas é conquistar mais espaço neste mercado, que teve giro de R$ 69,4 bilhões no ano passado.

 

Marcus Daniel de Souza Machado, que saiu mês passado da Nokia para assumir a diretoria de celulares da LG Brasil, explica que, ano passado, a empresa faturou R$ 5,6 bilhões no País e acaba de implementar uma mudança na gestão, com a composição de uma nova equipe. "Queremos ser líderes e, para isso, precisamos fazer o que chamo de 'um montão de pequenas coisas'. Para isso nós estamos reformulando a nossa equipe", afirmou.

 

Silvio Stagni, que deixou a presidência da Sony Ericsson do Brasil para assumir a vice-presidência de Telecom da Samsung, diz que a meta é ultrapassar a Motorola até o final do ano e comercializar aparelhos com foco em players musicais de alta potência e tela sensível a toque, a preços acessíveis à classe média.

 

Veículo: DCI


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