O preço da arroba bovina registrou queda de 5% no acumulado de janeiro, conforme levantamento do Ministério da Agricultura. Em nota divulgada na tarde desta sexta-feira, 24, a pasta diz que a redução na demanda interna por carne e a queda do volume de exportações para a China têm provocado o recuo no preço da proteína no varejo, pressionando o mercado físico.
Os preços do boi gordo nesta sexta estavam cotados entre R$ 170 e R$ 180, conforme a pasta. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, foi registrada uma queda 10,5%, na comparação entre o valor de R$ 190 por arroba em 30 de dezembro e o fechamento atual de R$ 170. "A redução se torna ainda maior ao avaliar o comportamento do mercado em relação ao início de dezembro, quando a arroba chegou a R$ 216, conferindo uma queda da ordem de 21% em relação a média de hoje", afirma o ministério.
O recuo no preço da carne também foi verificado no levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ontem. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação, captou uma forte desaceleração no valor do produto. De uma alta de 17,71% em dezembro, a variação no preço da carne chegou a 4,83% em janeiro, puxando a inflação para baixo.
Para o coordenador-geral de Apoio à Comercialização da Agricultura Familiar do Ministério da Agricultura, João AntÒnio Salomão, além da questão das exportações, outros fatores contribuíram para pressionar as cotações internas. "Neste período, há uma tendência de menor consumo de carne bovina, em virtude das férias e houve também uma mudança de hábito do consumidor, que migrou para a compra de outros tipos carnes, como frango e peixes", observa na nota distribuída.
No varejo, os preços devem seguir tendência de queda, por causa da demanda enfraquecida. O valor de cortes traseiros, que têm cotações mais altas e mais sensíveis à variação do mercado, registrou forte queda, como a alcatra. Enquanto em dezembro esse corte teve uma variação de 21,26%, neste mês, foi 4,49%, de acordo com o IPCA-15, do IBGE.
Fonte: Isto é Dinheiro