Poder de negociação cresce na aquisição de mercadorias no atacado.
RODRIGO SCAPOLATEMPORE
As centrais de compras - associações supermercadistas que objetivam fortalecimento dos negócios - são uma tendência inevitável para os supermercados em Minas, principalmente para as lojas de menor porte. Hoje, já são 55 centrais no Estado, frente a 30 existentes em 2003, o que representa uma expansão de cerca de 80% em seis anos.
Antes isolados, os supermercados do interior formam cada vez mais centrais para aumentar o poder de negociação com o atacado e com a indústria. Exemplo disso é a Unissul, no Sul de Minas, que é a maior central do Estado, com 24 lojas, resultado da união de 13 bandeiras diferentes da região. A rede emprega mais de 2 mil funcionários e fatura em média R$ 400 milhões por ano.
De acordo com o superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, desde 2000 o crescimento do número de centrais no Estado já é uma realidade. "Principalmente no interior, onde as lojas se juntam para se proteger, elas estão tomando grandes proporções. A cada ano, esse tipo de associação vira tendência e se fortalece em Minas", afirmou.
A filiação às centrais não resulta apenas em preços melhores, mas também ajuda na aquisição de equipamentos para modernização, além de facilitar campanhas de marketing, cujos custos são menores quando feitas em conjunto. "Para o pequeno empresário, isso é muito interessante, quase que fundamental", observou.
Segundo ele, um supermercado menor pode não sobreviver se não se aliar a uma central. Isso porque o isolamento torna o custo de manutenção da loja muito alto. "Eles (pequeno e médio portes), principalmente, devem trabalhar em conjunto para comprar melhor frente à indústria e trocar informações estratégicas sobre o mercado", explicou.
Grandes marcas - Conforme Rodrigues, os ganhos não são exclusividade para as lojas menores do interior. Segundo ele, até mesmo as grandes marcas da Capital tendem a se unir em centrais. No entanto, os grupos maiores têm mais opções de negócios e podem se sustentar isoladamente. Já os menores precisam se proteger em centrais. " uma saída imprescindível e que compensa muito para eles", afirmou.
De acordo com informações da Amis, a essência de atuação de uma central é a mesma no interior e na Capital. As maiores vantagens em participar de uma central, segundo a entidade, são: o acesso a um número maior de fornecedores, a redução de custo, a negociação direta com a indústria, a diminuição da concorrência, o mix mais qualificado, a profissionalização e a compra com preços menores frente ao atacadista. Hoje, 45 das 55 centrais de compras de Minas são filiadas à Amis.
Veículo: Diário do Comércio - Belo Horizonte