Vanessa Rosal
No dia em que a cidade de São Paulo registrou as temperaturas mais baixas do ano (8° na madrugada de ontem e 11° durante a tarde), os paulistanos foram às compras de casacos de lã, jaquetas, luvas e cachecóis. O tempo contribuiu com o varejo de roupas, que estava com o a coleção de outono-inverno parada no estoque. Animados com o movimento de ontem nos shoppings, os lojistas previram aumento de até 20% nas vendas de inverno em relação a igual período do ano passado.
Para a estudante de enfermagem Viviane dos Santos, o gasto com a roupa de frio chega a ser 80% maior se comparado com as peças de verão. "Faltava chegar o frio para que eu sentisse vontade de comprar roupas de inverno." Ontem ela foi ao SP Market, na zona sul da capital, renovar o guarda-roupa. "Comprei dois casacos lindos e três blusas de manga comprida. Gastei R$ 500, parcelados em quatro vezes no cartão."
A loja Freddy era uma das mais movimentadas, com casacos a partir de R$ 19 e cachecóis por R$ 10. Aproveitando as ofertas, a dona de casa Marília Cardoso pretendia comprar duas peças de cada um. "Hoje está muito frio e parece que vai esfriar ainda mais. Preciso comprar roupas bonitas e me prevenir. Acho que vou procurar um par de botas também", disse.
Para atrair o consumidor, os lojistas mudaram a vitrine de última hora. Surpresa com a temperatura baixa, a gerente da Equus Jeans, Ana Paula Marte, colocou casacos mais pesados e acessórios de inverno nos manequins. "Nesta época do ano, a moda é muito mais sofisticada." Um casaco de veludo cristalizado custa R$ 439. "As pessoas não se importam em pagar mais por roupa de qualidade, porque é para a vida toda."
Nos corredores do shopping também era grande a procura por roupas infantis. "Geralmente, quando chega o frio, as mães sempre pensam primeiro nos filhos", diz a gerente da Lilica & Tigor, Daniela Lemos. Segundo ela, o tíquete médio do período fica em torno de R$ 250. Se o frio continuar, a expectativa é de que as vendas cresçam cerca de 20% em relação ao inverno do ano passado.
Além das roupas, o setor de cosméticos comemora a chegada do frio. Segundo a gerente da Mahogany, Elisabete Torres, a procura por hidratantes corporais e de óleos para banho aumenta 20% no período. "No frio, a pele fica muito ressecada. Não dá para sair de casa sem um hidratante na bolsa", diz. Nas prateleiras, há opções entre R$ 26 e R$ 56. "Foi só esfriar que as pessoas se animaram para ir ao shopping.
Estamos felizes."
Segundo dados da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), a boa fase de vendas verificada no verão continua no inverno.
O presidente da entidade, Roberto Chadad, diz que as peças não terão reajustes de preços em relação ao ano passado. "A produção está igual à de 2008: 30 milhões de peças de inverno", disse.
Baixas temperaturas e namorados: vendas
Junto com o frio, vem o amor. Além de comemorar a queda na temperatura, o varejo paulistano se prepara para o Dia dos Namorados. A data, comemorada no próximo dia 12 de junho, promete alavancar as vendas de roupas, cosméticos, calçados e chocolates em até 10% nos shoppings da cidade.
Até o dia 12 de junho, os consumidores do SP Market poderão reverter notas fiscais, no valor total de R$ 160, em uma caneca decorada e exclusiva. A expectativa é de que haja um incremento de 5% nas vendas do período.
Segundo a gerente da loja S.C. Jeans, Cecília Follmann, os produtos mais procurados pelos namorados são os casacos de tricô. "O tíquete médio deverá ser de R$ 120." Também incentivada pelo frio, a Barred's aproveitou para estampar "promoção de inverno" ao lado do cartaz do
Dia dos Namorados.
Pensando na união do frio com o amor, o Shopping Butantã espera para a data um aumento de vendas de 12%. Já no Shopping Paulista, a expectativa é que haja um crescimento de 10% em vendas, ante igual período do ano passado, estimuladas pela ação promocional "Comprou, Ganhou", onde os clientes poderão trocar notas fiscais por uma manta soft. (leia mais sobre o frio na pág. 10 do primeiro caderno, em Cidades)
Veículo: Diário do Comércio - SP