A projeção para o valor de referência do leite no Rio Grande do Sul em julho é de R$ 1,4244, alta de 1,82% em relação ao consolidado de junho (R$ 1,3989). A estimativa foi apresentada na reunião virtual do Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite (Conseleite) na terça-feira (28) e indica estabilidade de mercado, com recomposição do preço dos queijos.
O professor de Ciências Econômicas Marco Antônio Montoya, da Universidade de Passo Fundo (UPF), pontuou que, com a concentração do consumo dentro das residências em função quarentena, o que se vê é uma valorização dos alimentos. Segundo o levantamento do Conseleite, a maioria dos derivados lácteos no primeiro semestre de 2020 está acima dos valores praticados no mesmo período de 2019. Contudo, com o avanço da safra e o típico aumento de produção no segundo semestre do ano, a tendência é que os preços se mantenham nesse patamar.
O presidente do Conseleite, Rodrigo Rizzo, reforçou que a estabilidade do leite no Rio Grande do Sul segue tendência também verificada em outros itens da cesta básica, mas alertou que o momento é de cautela. A variação cambial tem ajudado. Estamos vivendo um bom momento, mas é preciso atenção com investimentos, alertou.
A posição foi reforçada pelo vice-presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, que informou que o câmbio no atual patamar deixou o leite importado pouco competitivo no mercado nacional, favorecendo a produção local. De acordo com Guerra, a estabilidade do mercado nos meses de junho e julho traz alento a um setor que enfrentou muita pressão ao longo dos últimos anos. Deixamos para trás a volatilidade registrada em março e abril e entramos em um cenário de estabilidade em junho e julho, um patamar necessário para o setor se manter, completou.
Outro fator citado pelo Conseleite para fomento ao consumo de alimentos foi o auxílio emergencial concedido pelo governo federal às famílias de baixa renda. Esse valor de R$ 600,00 tem sido revertido para consumo de alimentos em casa, destacou Rizzo.
Fonte: Jornal do Comercio