Santa Clara compra Café Letícia e a Frisco

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Negócio envolveu R$ 60 milhões.

 

LEONARDO FRANCIA

 

ALISSON J. SILVA
 


A Santa Clara Participações, joint venture entre o grupo israelense Strauss Elite e a São Miguel Holding, do Rio Grande do Norte, e sediada em Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza, fechou, no início deste mês, a compra do Café Letícia, de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais. A companhia adquiriu também, da gigante anglo-holandesa Unilever Brasil Alimentos, a marca de refrescos em pó Frisco. O presidente da Santa Clara, Pedro Lima, preferiu não revelar o valor envolvido em cada transação, mas informou ao DIÁRIO DO COMÉRCIO que os dois negócios somaram R$ 60 milhões.

 

Além das marcas de café Santa Clara e Três Corações, a joint venture é dona do Café Pimpinela, segunda mais vendida no Estado do Rio de Janeiro, de acordo com informações do presidente do grupo.

 

"Nossa presença em Minas ainda é muito fragmentada. A compra do Café Letícia será muito interessante para os negócios da Santa Clara no Estado, porque representa uma grande oportunidade de consolidarmos esse mercado. Fiz um compromisso de não divulgar os valores do negócio, mas reafirmo que Montes Claros receberá nosso 23º centro de distribuição. Além disso, ampliaremos nossa área de atuação, hoje restrita a cerca de 1 milhão de habitantes, para uma região que reúne 3 milhões de pessoas", explicou Lima.

 

De acordo com informações da empresa, a unidade fabril da cidade do Norte de Minas será desativada. Em compensação, o grupo firmou um compromisso com a Prefeitura de Montes Claros, com o objetivo de instalar um centro de distribuição no município. Com isso será possível não só manter, mas aumentar o atual quadro de funcionários. "A idéia é ampliar de 123 para 200 os postos de trabalho, já que vamos atuar em uma área maior", afirmou o presidente da joint venture.

 

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Montes Claros, Edgard Santos Filho, espera que a empresa respeite o acordo. "Nossa expectativa é que a Santa Clara cumpra o que prometeu. Eles nos garantiram que os empregos seriam mantidos porque criariam um centro de distribuição", disse.

 

Santa Luzia - Lima ressaltou ainda que o grupo pretende fazer outros investimentos no Estado. O primeiro deles em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), onde é processado o Café Três Corações. "Ampliaremos a capacidade produtiva da planta de Santa Luzia, que passará de 1,5 milhão de toneladas de grãos de café/mês para 4,5 milhões ou 5 milhões de toneladas/mês. Além deste, não temos outros aportes previstos, mas não podemos descartar novos investimentos em Minas", enfatizou. Segundo ele, as inversões na unidade da RMBH estão incluídas nos recursos destinados à compra do Café Letícia.

 

Lima lembrou que o grupo tem uma unidade de beneficiamento de grãos em Varginha, no Sul de Minas, e outra em Manhuaçu, na Zona da Mata. "A unidade de Varginha é toda automatizada. Acredito que seja uma das mais modernas do país", afirmou. Ele explicou que a empresa vai manter o nome Café Letícia, "respeitando a relação já estabelecida com a comunidade da região Norte de Minas".

 

No primeiro quadrimestre, a Santa Clara registrou um crescimento de 13% no faturamento em relação ao mesmo intervalo de 2008. "Nós trabalhamos com um produto que faz parte da cesta básica do brasileiro e, por isso, não sofremos os impactos da crise", disse Lima.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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