As pessoas são o maior ativo de uma organização, estão na linha de frente e trazem os resultados para o negócio. Os donos de supermercado precisam olhar com mais carinho para elas, opina o CEO do Supermercado Katucha, Rafael Haddad, que além de comandar uma loja na capital paulista e ter uma filial prevista para abrir no próximo ano, também presta consultoria para empresários de supermercados e varejo em geral.
De acordo com Haddad, a média de turnover no trade, que varia de 10% a 5%, diminuiu durante a pandemia. Na opinião do especialista, entretanto, esse dado deve ser analisado com cautela. As lojas não qualificaram seus líderes ou melhoraram seus recursos para minimizar os níveis. A rotatividade diminuiu porque a insegurança das pessoas aumentou com a alta taxa de desemprego.
Ele ainda faz a leitura de que o varejo, de forma geral, acaba olhando para a gestão de pessoas como um processo dispensável. Além disso, a qualificação de liderança é algo raro e gestores despreparados desmotivam a equipe.
Colocar perfil de comportamento na frente de técnica, na hora de contratar, é também um ponto de atenção, que pode ajudar a estabilizar o quadro de funcionários. Isso porque, para Haddad, muitos supermercados acabam recrutando colaboradores que não têm os valores ou comportamentos esperados pela organização.
E, no caso da equipe já existente, qual é a melhor maneira de detectar e reter talentos? Dar novos desafios e responsabilidades, para identificar o potencial da entrega e verificar se a pessoa consegue trazer o máximo de resultado na função que ocupa, sugere o gestor.
Case: Confiança Supermercados
Depois que a diretora de RH do Confiança Supermercados, Liliane Adachi, revelou, durante a live da SuperVarejo, realizada no dia 18 de agosto, que, hoje, a rede tem o melhor índice de turnover, fomos conversar com ela mais uma vez.
O que impacta bastante o nosso setor é a atuação em regime de escala, que contempla finais de semanas, feriados e os horários de trabalho no período da noite para o fechamento. Mas estamos quebrando esse paradigma com a mudança de mindset.
Em relação à diminuição dos níveis de entra e sai de colaboradores, ela elenca algumas das causas. Logo no início da pandemia, concluímos que não era momento de demitir e não realizamos desligamentos. Ao mesmo tempo, os pedidos de demissão foram reduzidos. Além disso, o aumento da demanda de e-commerce na rede também teve um impacto positivo nas contratações.
O momento atual, ela diz, está sendo de muita união, companheirismo e força de vontade no setor supermercadista. Em cenários como esse, percebemos o quanto o ser humano é valente. Quando gosta do que faz, ele realiza com muito amor, comprometimento e dedicação. Isso foi comprovado em nosso time.
Para ela, o que ajuda a reter os colaboradores não é apenas salário e benefícios, mas também o ambiente de trabalho e o reconhecimento por meio de oportunidades de desenvolvimento. Quem trabalha no varejo precisa ter paixão em servir, gostar de pessoas e da dinâmica de supermercados. Quando o colaborador está engajado e faz por amor, basta apenas a empresa dar a oportunidade e reconhecer.
A rede oferece diversos programas que visam à oportunidade de crescimento para cargos de lideranças e administrativos. Boa parte de nossas lideranças começaram na empresa como empacotadores e trilharam a carreira ao longo dos anos. As diretorias atuais são formadas por colaboradores que construíram a carreira na empresa, alguns, inclusive, iniciaram com o primeiro emprego.
Intensificar as ações de endomarketing, com campanhas internas para fortalecer o engajamento dos colaboradores, também faz parte dos planos do Confiança.
Fonte: Super Varejo