A gaúcha Lojas Colombo chega à capital paulista com loja sofisticada
Depois de arrematar as redes regionais Varel, Taurus e Bernasconi, a Lojas Colombo chega à capital paulista. Na quarta-feira, a rede gaúcha inaugura a primeira loja Colombo Premium no shopping Anália Franco, na zona leste de São Paulo. Diferentemente das tradicionais lojas de rua da Colombo, a premium é voltada para o público A e B.
"Nosso objetivo é buscar novos mercados para continuarmos competitivos", diz o diretor de vendas, Eduardo Colombo. "A cada dia a competição é mais acirrada e as margens, cada vez menores." Além de prestar bons serviços e ter um bom atendimento, hoje as redes precisam alcançar volume de venda suficiente para obter ganhos de escala e diluir custos fixos.
No mercado há 50 anos, a Colombo dá continuidade à expansão iniciada desde 1999, quando saiu do Rio Grande do Sul e abriu as primeiras lojas no interior de São Paulo. Hoje, tem 360 lojas, localizadas, em sua maioria, no Sul (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina), além de Minas Gerais, com 3 lojas, e São Paulo com 86 lojas espalhadas pelo interior.
Com renda bruta de R$ 1,273 bilhão em 2008 e crescimento de 4,6% ante 2007, a rede obteve lucro líquido de R$ 103,4 milhões, um aumento de 52,9% frente a 2007. Para 2009, a previsão é crescer 10% as vendas.
Além do shopping Anália Franco, a Colombo inaugura em outubro mais uma loja premium no Shopping Vila Olímpia. Ao todo, investiu R$ 5 milhões nas duas lojas. Para 2010, os planos incluem a abertura de lojas premium no Rio de Janeiro, Brasília e Goiânia, e outras incursões na capital paulista.
Com a expansão dos negócios, grandes redes como a Colombo ganham escala e musculatura que se traduzem em maior poder de negociação com fornecedores. Para fidelizar ainda mais o consumidor, essas redes fecham parcerias com bancos para aumentar a oferta de crédito.
"Hoje, nós sofremos concorrência brutal nas vendas no cartão de crédito, em que as grandes redes conseguem vender em 10 ou 12 vezes pelo preço à vista", queixa-se Gilson Bogo, diretor comercial da catarinense Lojas Berlanda.
Em meio à concentração do mercado, a expansão da Berlanda, quem diria, foi facilitada pela chegada do Magazine Luiza a Santa Catarina. Em 2005, o Magazine Luiza comprou a Lojas Base, com 67 pontos de venda em Santa Catarina, no Paraná e no Rio Grande do Sul.
A venda da Base permitiu a expansão da Berlanda, que estava impedida de investir no oeste catarinense por causa de um acordo familiar. Seu proprietário, Nilso Berlanda, é irmão do ex-dono da Base, Wilson Berlanda. Os dois irmãos mantiveram um pacto de não concorrência, que se rompeu com a venda da Base.
Vestuário passa supermercado
O estudo da Serasa Experian mostrou uma mudança entre a segunda e a terceira posição no ranking de concentração em 2007. Supermercados e hipermercados, que estavam classificados na segunda posição, foram superados pelo segmento tecidos, vestuário e calçados.
Para o gerente de indicadores da Serasa Experian, Luiz Rabi, o aumento da concentração nesse setor pode ser explicado pela expansão do "crédito desigual". A oferta de cartões de crédito, inclusive da própria marca, e a ampliação dos prazos de pagamento, concedidos pelas grandes empresas fizeram o aumento do seu faturamento anual superar a média das demais redes.
O segmento de supermercados e hipermercados registrou crescimento considerável de pequenas e médias lojas de bairro no período, derivado do aumento da renda e do nível de emprego. O setor de móveis e eletroeletrônicos é o segmento de maior concentração desde 2003.
Veículo: O Estado de S.Paulo