Varejo teme falta de TVS e fábricas correm

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Em meio ao planejamento de compras para o período de vendas natalinas e liquidações de janeiro, parte dos grandes varejistas está receosa quanto ao abastecimento de televisores de LCD pelos fornecedores, que, segundo redes ouvidas pelo DCI, estão entregando apenas de 60% a 80% dos pedidos totais.

 

Pesquisas feitas pelas empresas indicam que neste ano esses aparelhos deverão ser os propulsores nas vendas, tanto que a mineira Ricardo Eletro, com 260 lojas, estuda fazer estoque até 30% maior para o final deste ano em relação a 2008.

 

Embora o departamento de compras da empresa inicie a queda-de-braço com a indústria em meados de setembro, o diretor da área, Rômulo Cunha, e sua equipe já esmiúçam o histórico de vendas da Ricardo Eletro e fazem cálculos para os pedidos. "A venda de LCD está a todo a vapor, mas a indústria está com dificuldade de entregar os pedidos, além da restrição na disponibilidade de modelos", contou o executivo.

 

Cunha explica que o consumidor que comprava uma TV de 29 polegadas mira agora num eletrônico mais tecnológico, enquanto os fornecedores estavam preocupados com a recessão, que não atingiu o País. A mesma situação se deu com os produtores de linha branca, depois da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de geladeiras, fogões e máquinas de lavar.

 

A programação da varejista conduzida pelos irmãos Ricardo e Rodrigo Nunes inclui também um acréscimo nos pedidos para câmeras digitais (70%) e linha de informática (30%), principalmente os notebooks. "O faturamento com câmeras será mais alto porque os preços aumentaram quase 50%, e a maior procura é pelos novos modelos, cujo tíquete médio é a partir de R$ 799", afirmou Daniel Camargo, gerente de Compras de Tecnologia e Informática da rede.

 

Expectativa

 

A paulista Cybelar é outra que está com o planejamento em curso, sendo que o incremento no pedido variará entre 5% e 15%, a depender da categoria do produto. Ubirajara José Pasquotto, diretor da companhia que chegará ao final do ano com 75 filiais, espera que o abastecimento volte ao normal em novembro, para que a demanda seja atendida.

 

"Apesar do reajuste ocorrido nos meses anteriores, a tendência é que o preço do televisor de LCD caia, visto que a cotação do dólar está em queda e parte dos componentes do aparelho é importada", observou. Para o período natalino, Pasquotto negociará mais câmeras digitais, celulares, notebooks. E a comercialização dos itens de branca deverá continuar forte se a redução do IPI for estendida novamente.

 

Copa do Mundo

 

Segurar o pedido para fazer uma negociação mais vantajosa será a estratégia da Lojas Cem, que garante ter capital de giro para comprar a encomenda à vista ou no prazo estipulado pelos fornecedores. "Ainda temos um pouco de estoque. Se comprarmos de imediato teremos os preços mais altos, por isso veremos como o mercado se comportará. Se o volume comprado foi maior, o preço é menor", destacou José Domingos Alves, supervisor-geral da rede paulista constituída por 177 estabelecimentos.

 

O supervisor acredita que este Natal será marcado pelo LCD, porque as vésperas da Copa do Mundo geram uma expectativa nas pessoas, que vão querer renovar a principal televisão da casa, por exemplo. A previsão é comprar um volume 10% maior na reta final do ano e alcançar no mínimo a mesma porcentagem de crescimento nas vendas.

 

Na iminência de os consumidores anteciparem as compras de itens da linha branca devido ao término da redução do IPI, a Lojas do Baú Crediário e outras redes elevarão as compras. "A manutenção do IPI menor manteria aquecido o setor", disse Décio Pedro Thomé, diretor de Varejo do Grupo Silvio Santos. A rede concluirá as negociações em outubro, e analisa fazer pedidos até 12% maiores ante 2008 de TVs de LCD, notebooks, máquinas digitais e celulares.

 

Indústria

 

Segundo a LG Eletronics, a demanda por itens da linha marrom, especialmente as TVs, superou de 20% a 25% as expectativas no terceiro trimestre, endossou Roberto Barboza, diretor Comercial. A empresa traçou perspectiva positiva, mesmo diante da crise, e "preparou-se " para atender uma eventual demanda para este semestre, tanto que está com produção "a todo vapor."

 

Barboza confirma que o mercado está sem estoque: mesmo a produção tendo saltado 60% e atingido 1,4 milhão de unidades, foi totalmente comercializada.

 

Veículo: DCI


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