Comércio faz estoque à espera da volta do IPI

Leia em 2min 20s

Redes ampliam em até 30% compras de artigos da linha branca

 

O varejo de eletrodomésticos já começa a fazer estoques preventivos para escapar da alta de preços das geladeiras, máquinas de lavar e dos fogões, com o fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) previsto para 1º de novembro. As concessionárias de veículos, por sua vez, pretendem continuar absorvendo a alta gradual do IPI dos carros. O temor do comércio é que, com o imposto integral, o ritmo de vendas tenha algum soluço no fim de ano, o melhor período de faturamento para os lojistas.

 

"Estamos tentando fazer algum estoque de linha branca. Fica difícil saber o que vai acontecer depois do fim da queda do IPI e com a proximidade do Natal", afirma o diretor comercial das Lojas Colombo, Gladimir Somacal. A rede ampliou entre 25% e 30% as encomendas de fogões, geladeiras e máquinas de lavar para os próximos dois meses. "Sem o fim da queda do IPI, as encomendas seriam 10% maiores", diz o executivo. A intenção é continuar vendendo sem imposto em novembro e dezembro.

 

A mesma estratégia é adotada pelas Lojas Cem. "Já estamos planejando comprar um pouco mais de eletrodomésticos", conta o supervisor geral da empresa, José Domingos Alves, sem revelar o tamanho do aumento.

 

Já a Insinuante, líder no Nordeste, acha arriscado formar estoques com juros ainda elevados. "Não é boa estratégia especular com estoques", afirma o diretor comercial, Rodolfo França Jr. Ele pretende ampliar em 15% as encomendas de produtos da linha branca para o Natal, se a redução do IPI for mantida no último bimestre.

 

Líder na produção de linha branca, a Whirlpool detecta pequenos sinais de que as lojas estão ampliando as compras. "O varejo vai procurar formar estoques", diz o diretor comercial e de logística da companhia, Sérgio Leme. Desde meados de abril com IPI menor, a produção da linha branca cresceu 20% em relação a igual período de 2008, diz Leme. "2009 será o melhor ano da companhia, mas 2010 ainda é uma incógnita."

 

Paulo Coli, vice-presidente da Latina Eletrodomésticos S.A., que produz tanquinhos, notou que desde julho o varejo amplia estoques, com acréscimos na faixa de 15%.

 

Já a Mabe, que fabrica fogões, geladeiras e máquinas de lavar das marcas GE, Dako e BSH Continental, não vê formação de estoques. "As encomendas ainda estão acima do esperado, mas o mercado começa a afrouxar. O consumidor não está com a mesma euforia que tinha no início da redução do IPI", diz o presidente da empresa, Patricio Mendizábal.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


Veja também

Pão de Açúcar e Itaú fazem acordo de R$ 600 milhões

Banco resolve pagar para ficar livre para atuar com outras redes varejistas   Menos de uma semana depois de anunc...

Veja mais
O futuro da propaganda envolve um mix de mídias

Para o executivo de uma das maiores anunciantes globais, mudanças na mídia trazem mais oportunidades para ...

Veja mais
Disputa sobre suco será bloqueada

Para adiar processo, americanos devem rejeitar acusação do Brasil sobre uso de antidumping   Os Est...

Veja mais
Vendas aquecem e começam a faltar TVs de LCD

Corte na produção da indústria por causa da crise reduziu a oferta nas lojas paulistanas   E...

Veja mais
Comércio faz estoque com a volta do IPI

Redes ampliam em até 25% compras de artigos da linha branca à espera do imposto integral   O varejo...

Veja mais
Vendas diretas crescem 18% no semestre

Mesmo com a crise, as vendas diretas se mantiveram aquecidas no Brasil. No primeiro semestre deste ano, o setor moviment...

Veja mais
Casino encolhe hipermercado, amplia grife própria e vende € 1 bi em ativos

Supermercados: Estratégia faz parte do plano para combater receita em queda e lucro estável   Jean-...

Veja mais
L'Oréal resolve ficar mais acessível para combater declínio das vendas

A L'Oréal perdeu o brilho. As mulheres estão comprando menos dos caros perfumes e cremes da empresa, o que...

Veja mais
Ministérios querem manter isenção fiscal para PCs

Acaba em dezembro dispositivo que eliminou PIS e Cofins   Os benefícios fiscais da chamada "Lei do Bem", q...

Veja mais