Corte na produção da indústria por causa da crise reduziu a oferta nas lojas paulistanas
Em novembro do ano passado, quando as vendas de televisores despencaram por causa da crise de crédito, ninguém imaginava, nem indústrias nem lojistas, que nove meses depois faltariam TVs no mercado. Hoje varejo e fabricantes admitem que não há disponibilidade de todos os modelos de LCD, tela de cristal líquido na sigla em inglês. Os modelos em falta são das TVs de 32 e 42 polegadas, as mais procuradas.
“O mercado está melhor do que todos imaginavam e está faltando produto”, afirma o vice-presidente de Produtos de Consumo e Estilo de Vida da Philips do Brasil, Paulo Ferraz. No caso da sua empresa, 20% da grade de modelos está em falta porque não há oferta de painéis de LCD suficiente para atender à demanda. A escassez desse componente fabricado nos países asiáticos se agravou em julho e a oferta deve ser normalizar a partir de outubro. Hoje é preciso entrar na lista de espera para comprá-lo nas fábricas da Coreia e do Japão.
Já a coreana Samsung, que produz os próprios painéis de LCD no seu país de origem, nega que o produto esteja em falta. “Pode ser algo pontual. Esse problema não nos afetou tanto”, afirma o vice-presidente de Novos Negócios da Samsung do Brasil, Benjamin Sicsú.
Ferraz diz que os fabricantes viraram o ano com estoques altos e, por isso, reduziram a produção. “Naquela época ninguém tinha condição de fazer planejamento porque o mundo estava acabando.” Como não acabou e o governo chinês deu incentivos para o consumo de TVs, rapidamente caiu a disponibilidade de painéis de LCD.
Veículo: Jornal da Tarde - SP