Importados terão participação maior nas gôndolas do varejo

Leia em 3min 40s

A presença de produtos importados nas gôndolas das redes supermercadistas será até 20% maior este ano, impulsionada principalmente pelo valor convidativo da moeda norte-americana frente ao real. Enquanto as grandes varejistas encerraram as negociações entre o ano passado e o primeiro semestre, as médias e pequenas comprarão os últimos lotes este mês. Das redes ouvidas pelo DCI, somente o Carrefour comprou menos, pois fechou os pedidos da categoria bazar em outubro de 2008.

 

A paulista Cooperativa de Consumo (Coop), presidida por Antonio José Monte, estendeu a negociação para aproveitar a cotação do dólar e do euro, que deixa o preço dos importados mais competitivos. De acordo com Valdomiro Sanches Bardini, gerente-geral de Operações, a compra na categoria de alimentos será cerca de 20% maior este ano.

 

"Algumas importações serão fechadas no final deste mês, e a mercadoria será recebida até dezembro", disse Bardini. Os principais itens estrangeiros que estarão nos 30 pontos-de-venda da empresa serão azeite, batata congelada, queijos, massas e vinhos. Na categoria de não-alimentos, os únicos artigos importados são as sacolas ecológicas.

 

A Coop é uma das 16 supermercadistas que formam a Rede Brasil de Supermercados, central de compras focada em importação, que lhes possibilita conseguir melhores condições de negociação de preços ao comprar volume maior de produtos. Somadas, elas projetam faturar este ano a cifra de R$ 8,6 bilhões.

 

Outra rede que tem um amplo sortimento desses itens é o Sam's Club, uma das nove bandeiras do Walmart. Suas 22 unidades já estão abastecidas com itens natalinos, e a expectativa é de comercializar 20% a mais este ano, na comparação com o ano passado.

 

A perspectiva de Sussumu Honda, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), é que os artigos de outros países -como bebidas, azeite e frutas- estarão mais presentes nas prateleiras neste final de ano. "O mercado no exterior está menos aquecido, então os importadores têm mais interesse em vender para o País", afirmou Honda.

 

No Grupo Pão de Açúcar, a venda de alimentos e vinhos deverá ser maior. Recentemente, Sandro Benelli, diretor de Compras Globais da companhia, declarou que as negociações de importados para o Natal acabaram em julho. Na semana passada, Benelli estava em Hong Kong, na China, negociando preços.

 

Tradição

 

A Casa Santa Luzia, que funciona desde 1926 no bairro dos Jardins, região nobre paulistana, também fez pedidos com antecedência, para "garantir os melhores produtos com os fornecedores", destacou Jorge da Conceição Lopes, diretor comercial do estabelecimento. Ele foi mais cauteloso nas compras, fazendo a mesma programação de 2008, mas lembra que o dólar médio a R$ 1,70 facilitou as tratativas.

 

Lopes confirma que havia um certo receio em relação ao desempenho das vendas deste ano, mas avalia que a situação está confortável. "Até o momento estamos com o mesmo volume de vendas do ano passado, mas esse número deverá crescer."

 

Especialistas do mercado acreditam que o período de vendas sazonais será mais aquecido por que a base de comparação é mais fraca. Ainda estão a caminho frutas vindas do Chile e da Argentina, além de castanhas portuguesas, que serão colhidas no próximo mês.

 

Redução

 

Parte das compras globais das subsidiárias da multinacional francesa Carrefour foi concluída em outubro passado, no ápice da crise econômica, quando o dólar chegou à casa dos R$ 2,40. Segundo Carlos Gesino, diretor de Bazar da varejista, o cenário motivou a redução dos pedidos porque o preço dos produtos chineses estava muito alto.

 

"Importamos brinquedos, itens de decoração e de acampamento apenas para diferenciar nosso mix do da concorrência. Estamos aumentando a participação de produtos brasileiros em nossas lojas", explicou Gesino.

 

Quase 80% dos artigos de bazar e eletrônicos importados pelo Carrefour são chineses. O diretor da empresa conta que a crise deixou no mercado asiático apenas as fabricantes que produzem com mais qualidade os produtos, e estas serão o alvo das negociações para as compras natalinas de 2010, que começam já no mês que vem.

 

Veículo: DCI


Veja também

Philips chama de volta 620 funcionários

A fabricante de produtos eletroeletrônicos Philips está chamando de volta ao trabalho os 620 funcioná...

Veja mais
Cafeicultor vê ajuda federal desta semana como paleativa

Antes mesmo de ser autorizado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o pacote de ajuda à cafeicultura anu...

Veja mais
Cesta básica acumula queda de 5,76% no ano

A Cesta Básica Nacional fechou agosto em R$ 225,69, em são Paulo, uma queda de 0,65% em relaç&atild...

Veja mais
Feira está mais cara em São Paulo

Legumes, verduras e frutas subiram 11,46% em agosto e alta já chegou ao consumidor   O consumidor paulista...

Veja mais
Modelos de TVs de LCD a partir de R$ 949

Quem sempre sonhou em trocar a antiga e espaçosa TV de tubo por uma de LCD, com tecnologia de ponta e formato fin...

Veja mais
Alimentos representam metade do lixo diário

O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo e, ao mesmo tempo, é um dos países que m...

Veja mais
No carrinho

O setor de supermercados registrou, em julho, expansão de 15,9% no faturamento real ante o mesmo mês de 200...

Veja mais
Cadbury recusa oferta bilionária da Kraft Foods

Companhia dos EUA propõe pagar US$ 16,7 bi pela concorrente britânica   Com marcas conhecidas como N...

Veja mais
Alimentos quadruplicam e levam IPC-S a alta de 0,56%

A inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acelerou fortemente no in&iac...

Veja mais