Legumes, verduras e frutas subiram 11,46% em agosto e alta já chegou ao consumidor
O consumidor paulista está gastando mais para fazer suas compras na feira. O índice Ceagesp - da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo - mostrou uma alta de 11,46%, em agosto ante julho, nos preços no atacado dos principais produtos que abastecem os sacolões e as feiras livres. A alta foi puxada por legumes, verduras e frutas.
Com esse resultado, o indicador acumula elevação de 6,42% no ano e 11,47% nos últimos 12 meses. “O aumento do preço no atacado reflete automaticamente nas vendas ao consumidor comum, como nas feiras, sacolões e supermercados”, explica Flávio Godas, economista da Ceagesp.
A aposentada Judith Tadeu Von Ancken, 60 anos, que vai semanalmente à feira livre próxima à sua casa, na Vila Carrão, percebeu a diferença. “O tomate chegou a R$ 4 o quilo e a ervilha foi para R$ 6. Nas frutas, o preço do mamão está absurdo”, diz. “Está tudo mais caro mesmo. Aqui até o pastel aumentou”, diz Albertina Vittoruzzo, 70 anos, frequentadora da mesma feira livre.
A maior elevação, em agosto, foi registrada pelos legumes, com 26,12%, com influência principalmente dos aumentos do pimentão vermelho (71,27%), tomate (52,16%), berinjela (77,10%). Outros reajustes ocorreram com as verduras (23,10%), frutas (11,66%) e diversos (cebola, batata, amendoim, coco seco e ovos), com 0,80% de aumento. O setor de pescado foi o único a apresentar baixa, de 2,40%. A alta no preço das verduras foi puxada pelo brócolis (67,42%), pela alface crespa (49,17%) e pela salsa (66,36%). Já as frutas que registraram maior alta foram mamão havaí (45,11%), maracujá azedo (37,43%) e banana nanica (20,31%).
“Além do frio característico desta época do ano, o mês de julho registrou uma quantidade de chuvas acima do normal, o que retardou o desenvolvimento e a maturação de vários legumes e verduras, como vagem e tomate”, explica Godas. Ele conta que, apesar disso, a tendência é que a situação se normalize e o preço já caminha para a estabilização. “Exceção a isso são brócolis e rabanete que vão continuar em alta e o preço só deve cair daqui a 15 dias”, diz. As principais folhas (alface, acelga e repolho), salsa, milho verde e outras hortaliças (beterraba, cenoura, chuchu, mandioca e nhame) já sinalizam queda nos preços.
O aumento no preço das frutas foi causado por aspectos sazonais e a situação não deve mudar muito. “O limão e o maracujá, por exemplo, devem continuar caros já que estamos na entressafra”, conta Godas.
Além da época, as frutas também foram afetadas pelo frio e pelas chuvas. A banana encareceu por causa do excesso de chuva no Vale do Ribeira. No caso do mamão, a causa foi o frio no Espírito Santo e na Bahia”diz.
Para o consumidor fugir das frutas mais caras, ele recomenda produtos que não foram atingidos por irregularidades no clima e estão em plena safra como laranja (pera e lima), morango, maçã nacional gala e goiaba. Além disso, já está no início na época da ameixa, do pêssego e da manga.
Veículo: Jornal da Tarde - SP