A Danfoss, fornecedora de componentes de refrigeração para grandes supermercados de origem dinamarquesa, já ultrapassou os US$ 700 milhões de vendas de sistemas de refrigeração previstas para 2008. O principal responsável pelo crescimento de 50% ao ano do segmento é o mercado brasileiro de comércio de pequeno e médio porte, como padarias, lojas de conveniência, fast-foods e açougues. Estes estabelecimentos representaram um aumento de 10% do faturamento global da empresa, isto é, US$ 1,3 milhão em 2008, e surgem como um novo mercado dentro do segmento de varejo com uma expansão de 50% esperado para 2009 ante ao crescimento total da empresa que é de 20%.
Os investimentos para o novo mercado começaram em 2000, quando o grupo comprou quatro empresas: três nos Estados Unidos e uma na Inglaterra. No Brasil, os investimentos foram na área de treinamento de pessoal.
O custo de aquisição da nova tecnologia foi em torno de 60% se comparado ao da antiga. A parte de refrigeração representou 35% deste total, enquanto no passado esse número estava perto de 60%. O retorno do investimento veio em menos de dois anos. Em 2007, a Danfoss global investiu 4% das vendas líquidas em pesquisas e desenvolvimento de novos produtos, equivalente a 119 milhões de euros, aumento de 20% comparado a 2006.
Peter Young, diretor de vendas da divisão de ar-condicionado e refrigeração da Danfoss no Brasil, explica a estratégia da empresa que, em 2002, segmentou o mercado de ar condicionado e refrigeração industrial criando uma área de varejo separada da de supermercados: "Os clientes menores estão saindo do negócio de refrigeradores separados para ter uma central de frio que abranja todas as máquinas. Isso faz com que o sistema seja energicamente mais econômico e resulte em uma qualidade de alimentos superior. O pessoal deste novo segmento se identificou com isso e tem sido representativo", afirmou Young ao DCI.
Odair Coelho, gerente de Marketing da Danfoss, explica que o novo mercado segue o movimento das grandes redes, mas os sistemas de refrigeração demandados são diferenciados.
"O pequeno e médio comerciante quer a mesma tecnologia dos grandes players, os supermercados. Então, o que fazemos é oferecer o mesmo serviço, só que adaptada a uma escala menor. A adaptação que fizemos teve que considerar a área completa da loja, o que nos exige reduzir o equipamento, diminuir os ruídos das máquinas, além de reduzir o consumo de energia e melhorar a qualidade do produto que será refrigerado" completa Odair Coelho.
Apesar do novo mercado seguir um movimento típico dos hipermercados - que também estão em expansão no Brasil - Paulo Mariotto, gerente de Vendas da Danfoss no segmento de supermercados, explica que no Brasil há uma tendência específica: "Diferente dos Estados Unidos, onde as grandes redes de supermercados dominam o setor, no Brasil nós temos as padarias, que estão deixando de só vender pão para se tornarem maiores e mais sofisticadas, com self-services e produtos de conveniência por exemplo, que aumentam o consumo da padaria e conseqüentemente a necessidade de refrigeração". Com a diferenciação deste novo mercado, a empresa aumentou sua carteira de clientes que fez com que as vendas crescessem cerca de 20%.
Para Paulo Mariotto, os pequenos estabelecimentos têm aumentado o investimento em compra porque estão enxergando o retorno nas vendas, no aumento da qualidade e na redução do custo de manutenção.
O primeiro projeto implantado pela Danfoss no Brasil em um estabelecimento de pequeno porte foi na Lanchonete da Cidade, que este ano instalou dois componentes de refrigeração da empresa. As máquinas permitiram que o controle da temperatura nos pontos refrigerados fosse feito por um sistema simplificado que aumenta a capacidade de conservação dos alimentos e diminuí os custos com eletricidade e manutenção.
Há seis meses, a padaria Euroville, localizada no bairro Pompéia em São Paulo, implantou o sistema de ar refrigerado, ar condicionado e congelados da Danfoss, compactando-os em três compressores.
De acordo com Ernesto Mendes, um dos sócios proprietários da Euroville, a economia de energia foi de 20% a 25% com a instalação. "O custo-beneficio é bem interessante porque eu tenho controle total da temperatura necessária para cada produto.
Percebemos a satisfação dos clientes quanto à melhora do aspecto dos produtos que ficam nos refrigeradores abertos", afirma Mendes, que espera que o retorno total do investimento em refrigeração e ar condicionado venha em até três anos.
"Aumentou o consumo dos produtos e com isso a nossa produção também."
Veículo: DCI