Resultado supera as expectativas do comércio e já sinaliza um bom desempenho para o Natal deste ano
As vendas do Dia da Criança surpreenderam o comércio varejista e já sinalizam um bom Natal. Duas pesquisas de instituições diferentes divulgadas ontem indicam que o desempenho das lojas neste ano foi cerca de 8% maior que o registrado na mesma data de 2008. O Dia da Criança foi até agora a melhor data comemorativa de vendas para o varejo do ano, superando o Dia dos Pais.
Pesquisa nacional da Serasa Experian mostra que no último fim de semana o volume de vendas do Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio cresceu 8,2% na comparação com o mesmo período de 2008. De acordo com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a média diária de consultas para vendas com cheque entre os dias 1º e 12 de outubro cresceram 8,6% em relação ao mesmo período de 2008.
"O desempenho do Dia da Criança veio acima do esperado", afirma o economista da ACSP, Emílio Alfieri. A entidade projetava crescimento de 5%, mas o aumento foi de 8,6%. Levando-se em conta que em 2006 e 2007 as taxas de crescimento tinham sido de 7,1% e 7,4%, respectivamente, e em 2008 houve retração de 1,4%, o economista observa que o resultado do Dia da Criança deste ano já retomou o ritmo de crescimento pré-crise, na faixa de 7% ao ano.
No Dia dos Pais, melhor resultado do ano anteriormente, o crescimento das vendas havia sido de 5,5% na comparação anual, segundo dados da ACSP. Com base no desempenho do Dia da Criança, Alfieri prevê que no começo de 2010 a economia sai da fase de recuperação e inicia a etapa de retomada.
Para o assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida, o resultado do Dia da Criança deste ano sinaliza um bom Natal, puxado especialmente pelo crédito. No Dia da Criança deste ano, as vendas a prazo cresceram 19,5% em relação à mesma data do ano passado, segundo os dados da Serasa Experian. Enquanto isso, as vendas à vista recuaram quase na mesma proporção: 18,1% na comparação anual.
"O crédito está voltando", afirma Almeida. Ele ressalta que os prazos mais longos, os juros mais baixos dos financiamentos ao consumidor e a recuperação do emprego formal estão dando sustentação para o aumento das vendas financiadas.
Além disso, acrescenta Almeida, a confiança do consumidor, aliada à estabilidade dos preços e à valorização do real em relação ao dólar, reforçam a previsão de um Natal promissor.
Apesar do resultado surpreendente, Alfieri, da ACSP, pondera que a base de comparação - outubro do ano passado -, é fraca. E isso pode superestimar, em parte , o resultado atual.
Veículo: O Estado de S.Paulo