Altas temperaturas trazem boas perspectivas para o setor, que prevê elevação de até 20% na demanda.
O período de calor traz boas perspectivas de negócios para as sorveterias de Belo Horizonte. Somente nos primeiros dias de setembro, cujos termômetros registraram temperatura máxima média de 30ø (MG Tempo), a procura por sorvetes e derivados chegou a apresentar crescimento de 20% na comparação com igual período de agosto. Estima-se que em Minas Gerais cerca de 60% do faturamento do setor seja obtido entre setembro e fevereiro. No Brasil, a sazonalidade é ainda maior, chegando a 70%.
Segundo a presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Sorvete de Minas Gerais (Sindsorvete MG), Raquel Bravo Elias, o crescimento da demanda no setor é diretamente proporcional ao aumento da temperatura. "Somente nos primeiros dias deste mês, algumas sorveterias chegaram a registrar elevação de 15% a 20% maior na comparação com os 31 dias de agosto", avaliou.
Durante o ano o setor é dividido em três temporadas de quatro meses. "No verão, as vendas são boas, o que garante, de certa forma, os prejuízos do inverno; no frio, o faturamento cai bruscamente e no restante do exercício os custos ficam empatados com as vendas" explicou Raquel Elias.
Minas Gerais é o segundo maior produtor do Brasil de sorvete ficando atrás apenas de São Paulo. Estima-se que no Estado existam 852 empresas do setor. A expectativa é de que nos próximos meses de calor, que vai de setembro a fevereiro, seja registrado um incremento de 20% nas vendas, de acordo com a representante do sindicato.
Reformulação - A participação do período primavera/verão no faturamento anual das sorveterias é de 60%, mas há alguns anos era ainda maior, chegando a 70%. "Estamos organizando o setor para promover uma mudança de comportamento na população. No Brasil o sorvete ainda é muito associado a algo refrescante. Mas queremos fortalecer a idéia de que é um alimento nutritivo", ressaltou.
Segundo ela, um dos principais entraves que o setor enfrenta hoje é a sazonalidade do consumo, já que os brasileiros tendem a consumir mais sorvetes quando o clima é quente e com sol. Outro problema identificado é a informalidade das empresas do setor, que faz com que haja concorrência desleal.
O sindicato aposta em ações de capacitação tanto dos empresários quanto dos funcionários para melhorar a qualidade dos produtos fabricados e do atendimento prestado. "Com isso, as empresas terão mais força para lidar com as adversidades", avaliou.
Os cursos são organizados pela entidade, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Até agora, apenas uma turma de 30 alunos finalizou o treinamento e ainda não há previsão da programação para 2009.
No entanto, Raquel Elias ressaltou que para lidar com as dificuldades internamente, cada empresa tem uma estratégia diferente. A presidente do sindicato, que também é diretora dos Sorvete Salada, ressaltou que nas lojas da marca, durante o período de baixas tempetaturas - entre maio e agosto - o cardápio conta com sobremesas quentes, como o petit gateau e a inusitada sopa de sorvete.
Os sabores da sobremesa gelada mais vendidos durante este período são os achocolatados, enquanto no verão as opções de frutas a base de água são as com maior procura. O Sorvete Salada tem três canais de venda em todo o Estado, dentre eles o de varejo - que incluem lojas próprias e franquias - o de eventos e os pontos-de-venda, como lanchonetes, mercearias e supermercados.
Somente no sistema de franquias, a empresa conta com 30 unidades em Minas Gerais. Apesar de ser natural da capital mineira, apenas 30% das lojas estão na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). As unidades também estão presentes em cidades mineiras como Ipatinga, Governador Valadares, Uberlândia e Itaúna.
Veículo: Diário do Comércio - MG