Um terço dos empresários defendem fim dos incentivos fiscais

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Pesquisa da KPMG mostra que a estratégia é importante para reduzir o crescente déficit público

 

Pesquisa internacional da consultoria KPMG revela que 41% dos empresários brasileiros acreditam que o pacote de estímulo do governo Lula, principalmente na área fiscal, foi um dos principais fatores de sucesso no combate à crise financeira internacional. Agora, mais confiantes de que os piores efeitos da crise já foram superados, 35% desses executivos defendem a retirada dos estímulos fiscais, para que a economia funcione normalmente.

 

De acordo com o estudo - realizado com 538 executivos de 26 países, incluindo o Brasil -, apesar de Irlanda, Rússia, China, Índia e Hong Kong preferirem esperar mais tempo antes de abrir mão desses benefícios, a estratégia também é apoiada por empresários norte-americanos, canadenses e australianos, e é apontada como forma de reduzir o déficit público.

 

Segundo a pesquisa, grande parte dos empresários no mundo está preocupada com o patamar atingido pela dívida pública. Para 70% do empresariado mundial, o corte nos gastos públicos é a primeira opção para enfrentar o problema. Esse percentual aumenta para 77% entre os europeus, mas cai para 54% na região da Ásia-Pacífico e 69% nas Américas. No Brasil, o percentual é de 90%, sendo que a folha de pagamento do funcionalismo público é a principal sugestão para eventuais cortes.

 

"Em 2010, a dívida pública do Brasil pode chegar a 44% do PIB, o que representa um aumento de 14% em relação aos níveis de endividamento de 2008. No entanto, esse número é mais favorável quando comparado às principais economias do mundo. Os empresários, por sua vez, estão confiantes, pois nossa economia está cada vez mais forte e estável, mas de acordo com o levantamento, ficou claro que as empresas brasileiras gostariam de ver melhorias no planejamento para diminuir esse débito", afirma Roberto Haddad, sócio da KPMG no Brasil.

 

A alternativa menos popular entre os executivos foi o aumento da tributação, com apenas 1% de adesão em todo o mundo. Segundo o relatório, é consenso que o imposto de renda sobre pessoas físicas e jurídicas e o imposto de consumo devem continuar no patamar atual, com algumas variações para menos. A exceção seria se o aumento de impostos fosse destinado exclusivamente para a amortização da dívida, com 19% de apoio.

 

Veículo: Jornal do Comércio - RS


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