Decisão, que entra em vigor a partir de sábado, afeta um mercado de R$ 240 milhões
O governo federal resolveu intervir nomercado de vinagres brasileiro e proibiu a adição indiscriminada de caramelo para que o produto não passe mais a impressão de ter como matéria-prima o vinho tinto. Com isso, o vinagre de álcool escuro, que responde por 55% de um mercado de R$ 240 milhões anuais, desaparecerá das gôndolas dos supermercados já a partir do mês que vem. De acordo com uma instrução normativa do Ministério da Agricultura que entra em vigor no sábado, a partir da semana que vem os fabricantes não poderão mais colocar esse tipo de produto no mercado.
Apesar de pouco conhecido do público consumidor, hoje cerca de 90% de todo o vinagre produzido no Brasil — 200 milhões de litros por ano—são feitos a partir do álcool da cana de açúcar. O produto só ficava parecido com o vinagre feito de vinho pela adição de caramelo.
O que muda agora é a quantidade máxima permitida de caramelo. “Os padrões técnicos impostos farão com que não seja mais possível atingir a coloração escura.”, diz Marcelo Cereser, diretor da Castelo Alimentos e umdos diretores da Associação Nacional das Indústrias de Vinagre.
Para conseguir adquirir vinagre escuro, o consumidor agora terá que desembolsar mais e comprar um produto que tenha como origem o vinho tinto. Enquanto o custo de produção de um litro de vinagre a partir do vinho sai por R$ 0,53 para a indústria, o mesmo produto tendo como origem o álcool da cana de açúcar custa R$ 0,07. “É uma diferença brutal e essa lógica se repete em todo o mundo”, diz Cereser. De acordo com ele,empraticamente todos os países onde a produção de vinho não é farta e barata os produtores de vinagre utilizam álcool de outras origens. “Nos Estados Unidos é o milho, no Japão o arroz. Vinagre de vinhomesmoa preços populares, só na Europa mesmo.
Veículo: Brasil Econômico