São Paulo - As vendas reais nos supermercados apresentaram crescimento de 7,02% em outubro em relação a setembro, informou ontem a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em relação a outubro do ano passado, houve alta de 3,85%. Nos dez primeiros meses do ano, de janeiro a outubro, o faturamento dos supermercados subiu 4,66% ante igual período do ano passado. Os números estão deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Segundo comunicado da Abras, diante dos bons indicadores macroeconômicos, como o aumento da massa salarial e a redução do desemprego, há boas perspectivas de crescimento para as vendas de fim de ano. A entidade destacou que a evolução do índice de vendas nos últimos três meses se estabilizou em torno de 4,7%.
Os produtos com maiores altas em outubro ante setembro foram feijão (23,88%), tomate (17,96%) e batata (9,04%). Já as maiores quedas de preços no período ficaram com cebola (baixa de 6,47%), água sanitária (queda de 1,38%) e biscoito de maisena (recuo de 1,27%).
Alimentos - A alta nos preços dos alimentos observada em outubro, e que tende a se manter até o final do ano, irá acelerar o faturamento dos supermercados nos dois últimos meses deste ano, garantindo vendas maiores neste Natal. O presidente da Abras, Sussumu Honda, avaliou que, mesmo com o consumidor encontrando preços maiores pelos produtos alimentícios nas gôndolas das lojas, a demanda se manterá aquecida, sobretudo pelos ganhos de massa salarial acumulados ao longo de 2010, refletindo as baixas taxas de desemprego.
"Essa alta dos preços pode se refletir em queda no volume, mas não do faturamento dos supermercados. O aumento dos preços acontece pelas commodities e pelo aumento da demanda", disse Honda, em entrevista a jornalistas para comentar o desempenho das vendas dos supermercados, que em outubro cresceram 3,85%, descontada a inflação, sobre igual mês do ano passado. Segundo ele, a receita do setor deverá avançar por volta de 12% neste Natal em relação a mesma data de 2009, quando as vendas subiram 8% na comparação com o mesmo período de 2008.
O valor da cesta de 35 produtos considerados de largo consumo nos supermercados, como alimentos, limpeza e beleza, medido pela GFK a pedido da Abras, apresentou alta de 3,59% nos preços em outubro ante setembro - o maior aumento percentual desde o ano passado.
Honda acrescentou que o aumento dos preços alimentícios vem sendo compensada pela deflação de alguns itens industrializados. Entre janeiro e outubro, o volume das vendas de produtos como bebidas alcoólicas e não alcoólicas e perecíveis avançou 7% sobre igual período do ano passado.
Segundo Honda, com o faturamento maior dos supermercados previsto para novembro e dezembro, o setor deverá atingir crescimento de 5% das vendas reais este ano na comparação com 2009. Nos dez primeiros meses deste ano, a receita do setor avançou 4,6% sobre igual intervalo de 2009.
Levantamento da Nielsen, realizado a pedido da Abras, apontou que nos dez primeiros meses deste ano os produtos que registraram maior crescimento das vendas, em termos de volume, foram cerveja (19,8%), sucos de frutas prontos para consumo (18,1%), queijo (16,6%) e refrigerantes (11,8%). Honda sinalizou que, com a alta dos preços, há possibilidade deste patamar de evolução do volume das vendas não se sustentar até o final do ano. (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG