Embora existam discordâncias a respeito dos impactos reais das medidas do governo para conter a inflação, na tomada de decisão do consumidor o encarecimento do crédito pode desacelerar os gastos com bens duráveis. E com a renda menos comprometida com financiamentos, os consumidores podem gastar mais com alimentos e produtos do dia a dia.
Para o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, embora não haja uma relação direta entre o encarecimento do crédito e o consumo de alimentos, a sobra de renda pode fazer o consumidor gastar mais com esse item. "Uma parte dessa renda pode ser direcionada aos setores de varejo que não dependem de financiamento, como o de alimentos e vestuário", afirma.
Para Honda, o adiamento de compras de maior valor deve ocorrer com mais intensidade entre os consumidores da classe C. São eles que devem destinar parte dessa sobra para o consumo maior de alimentos. "Mas uma parte dessa renda também pode ter um aspecto de poupança."
"Quando há renda disponível, o consumo pode aumentar porque 85% da decisão de compra dos consumidores de supermercados é feita no próprio ponto de venda", afirma.
Este ano a Abras espera um crescimento de 4% nas vendas dos supermercados. "Esse crescimento deve-se principalmente à reposição dos preços do salário mínimo.
Veículo: DCI