Para líderes de entidades ligadas ao comércio, a iniciativa permitirá reduzir a inadimplência e ampliar o consumo, colaborando para a economia nacional.
O Cadastro Positivo será um importante instrumento de inclusão para os novos consumidores da classe C, que cumprem em dia seus compromissos financeiros, e contribuirá para aumentar o consumo no curto e no médio prazos em todo o País. Empreendedores do comércio varejista acreditam que a sua adoção permitirá que os juros caiam no longo prazo, à medida em que uma parcela maior da população aderir à iniciativa.
Na avaliação de Arab Chafi Zakka, sócio da rede varejista Preçolândia e vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a adoção da medida é muito importante para a economia brasileira. Ele acredita que, no médio prazo, os juros mais baixos serão um diferencial para conquistar e fidelizar os clientes com bom histórico financeiro. "O Brasil precisava muito desta medida e importantes mudanças ocorrerão no comércio", afirmou.
O presidente da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras), Sussumu Honda, também acredita nos futuros benefícios aos consumidores com bons hábitos de pontualidade no pagamento de suas contas. Ele lembra que a entrada da classe C no mercado de consumo brasileiro é muito recente, e este público – que normalmente se mostra um bom pagador – tem grande preocupação em manter essa imagem positiva. Otimista, Honda afirmou achar que haverá, como consequência da adoção do Cadastro Positivo, a queda dos juros e a redução da inadimplência.
Incentivo ao consumo – De acordo o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FCDLESP), Maurício Stainoff, a entrada em vigor do Cadastro Positivo terá impacto positivo sobre toda a economia. Segundo ele, os consumidores com perfil positivo na quitação de suas contas serão beneficiados com condições mais favoráveis de pagamento em suas compras – e isso os estimulará a consumir mais. Ele ressaltou que os empresários do varejo, e principalmente os que oferecem crédito aos seus clientes, terão que se adaptar – e, nesse cenário, os que conseguirem fazê-lo de forma mais rápida poderão conquistar mais vantagens competitivas no mercado.
No caso dos centros de compras, a reação à iniciativa também foi positiva. O diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Luís Augusto Ildefonso da Silva, ressaltou que a medida terá que conceder apoio e vantagens aos consumidores que são bons pagadores. Segundo ele, a expectativa de baixar os juros para os compradores com este perfil deverá acontecer em um prazo aproximado de dois anos.
"À medida em que as instituições financeiras que concedem crédito se sentirem mais seguras, haverá a redução dos juros", opinou Rodrigo Gago Barbosa, advogado e professor titular da Faculdade de Direito de São Bernardo. Para ele, em uma etapa posterior elas também oferecerão mais crédito na praça, o que levará a um aumento no consumo da população.
Estudo – A opinião dos entrevistados pelo Diário do Comércio é sustentada pelo estudo divulgado pelo Banco Mundial (Bird) realizado em 129 países. Nessas economias houve desenvolvimento do mercado, que foi beneficiado pelas garantias oferecidas durante os financiamentos e pelo compartilhamento de informações por meio de birôs de crédito.
Veículo: Diário do Comércio - SP