Por Marlucy Lukianocenko
Chef francês Christian Leroy, da escola Le Cordon Bleu, participa de workshop no festival
Terminou ontem (13/11), em Acaraú, Ceará, o III Festival Internacional do Camarão da Costa Negra. Durante três dias, chefes brasileiros e internacionais prepararam pratos práticos com o ingrediente, para os consumidores replicarem em suas casas. Os visitantes, além de degustarem os pratos, conheceram as instalações da Fazenda Cacimba, da Nutrimar, precursora na criação de camarão de cativeiro no País e de camarão orgânico, que acabou de receber o selo de certificação Naturaland, da Alemanha, e aprovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e passa a ser comercializado nos mercados interno e externo.
O objetivo do evento, promovido pela Associação de Carnicicultores da Costa Negra (ACCN), já em sua terceira edição, é incentivar o consumo de camarão no País, hoje em torno de 0,5 kg per capita, segundo o presidente da Associação Cearense dos Criadores de Camarão, Cristiano Peixoto Maia. E, também, mostrar como é o processo de cultivo, pois, segundo o diretor comercial e sócio da Nutrimar, Fabrício Ribeiro, um dos motivos de o consumo não ser maior, não só do camarão, mas dos pescados, é a confiança dos consumidores. “Por isso, a intenção é divulgar todo o processo de cultivo e qualidade. Tanto que a meta da Nutrimar é se tornar referência para o consumidor em camarão e pescados, como algumas empresas são para produtos bovinos, frangos e suínos”, declarou.
No ano passado a produção de camarão no País foi de 95 mil toneladas e o estado do Ceará representou 30% desse total. Segundo Maia, a produção deste ano no Estado deverá crescer 16%.
Orgânico
Na Fazenda Cacimba foi possível conhecer toda a tecnologia da produção de camarão orgânico, que se alimenta de algas. Todo o processo levou três anos para ser implantado e das 700 toneladas mensais da produção da Nutrimar, 10% já são de camarão orgânico. Parte dela será exportada para a China e Dubai e a outra distribuída para food service e autosserviço. Com custo de cultivo elevado, o preço do camarão orgânico deverá ser 40% mais alto que o do camarão comum criado em fazendas, segundo Fabrício.