As vendas nos supermercados mineiros continuam em alta. Segundo balanço divulgado ontem pela Associação Mineira de Supermercados (Amis), o faturamento do setor no Estado cresceu 0,28% em julho, na comparação com junho. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a alta foi de 2,7%. Já entre janeiro e julho, a variação positiva positiva chegou 6,85%. Os números já estão deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o superintendente da Amis, Adílson Rodrigues, o desempenho é satisfatório, uma vez que fatores como férias escolares e falta de datas comemorativas tendem a prejudicar o segmento no sétimo mês do ano. Além disso, ele ressalta que o crescimento, frente a 2011, se justifica pelo fato de que o ano passado constitui uma base fraca de comparação, em decorrência de fatores políticos e econômicos. "O então novo governo, da presidente Dilma Rousseff, tinha como uma das prioridades a contenção da inflação, o que resultou, naquela época, na adoção de medidas para inibir o consumo", recorda.
Este ano, por sua vez, o cenário é inverso, uma vez que o governo federal aposta no consumo para manter a expansão da economia. Rodrigues enfatiza que os baixos índices de desemprego, aliados ao aumento real do salário mínimo, motivam o consumidor, principalmente aquele das classes C, D e E, que correspondem por 70% do público dos supermercados, a desembolsar um valor maior ao ir às compras. Com isso, ele passa a colocar no carrinho produtos que antes não faziam parte do seu cotidiano, como biscoitos recheados, arroz e carnes de qualidade superior.
A região Central do Estado, que reúne Belo Horizonte e região metropolitana, foi a única que registrou retração, de 0,89%, em julho ante junho. "A área perde muitos consumidores no período devido ao recesso nos colégios e faculdades", esclarece o superintendente. Na outra ponta, a região do Triângulo/Alto Paranaíba foi a que registrou maior crescimento: 4,10%, também no confronto com junho. Rodrigues atribui a alta às colheitas de café, cereais e milho, atividades importante na região e, portanto, responsáveis por aumentar a renda dos moradores.
Em agosto, a expectativa é de que seja observada estabilidade frente a julho, uma vez que não há, no período, nenhuma sazonalidade relevante. Já para 2012, a Amis mantém a previsão de crescimento de 4% do faturamento, frente ao exercício anterior, o que resulta na arrecadação de R$ 14 bilhões. "Mas, se não fosse pelos altos índices de endividamento e inadimplência do consumidor, e dos juros exorbitantes cobrados nos financiamentos mais usados, como cartão de crédito e cheque especial, estimo que o crescimento do setor no ano poderia chegar aos 5%", estima.
O bom desempenho do segmento no Estado contradiz o resultado nacional, divulgado na terça-feira. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as vendas em julho foram 0,09% menores, frente às do mesmo período de 2011, primeira variação negativa observada desde abril de 2010. Segundo a Abras, em agosto o crescimento deve ser retomado.
Veículo: Diário do Comércio - MG