SÃO PAULO, SP, 26 de junho (Folhapress) - O setor de supermercados manteve a previsão de crescimento para 2013 apesar da ameaça de impacto nas vendas pelos protestos e a alta do dólar. A Abras, entidade que representa as varejistas, espera um avanço de 3,5% nas vendas neste ano.
Embora reconheça a influência negativa das manifestações, o gerente do departamento de economia e pesquisas da entidade, Flavio Tarra, prevê para junho um desempenho melhor do que o registrado no mesmo período de 2012.
"Junho tem cinco finais de semana cheios, os melhores dias de venda no setor", afirmou. Ele lembra que a maior parte das vendas nos supermercados não ocorrem por impulso e sim por necessidade. "Se não comprou hoje, o consumidor compra amanhã."
Analistas do varejo, contudo, já enxergam algum impacto para as companhias do setor.
Em relatório, o BTG Pactual estimou que os últimos eventos podem diminuir as vendas das empresas no segundo trimestre, que acaba esta semana, em 1% a 2%.
Nos cálculos, o banco assumiu que cinco dias úteis de manifestações teriam forçado as lojas nas principais cidades a encerrar o expediente pela metade e que estas unidades representariam 50% das vendas totais das varejistas.
Mesmo que a mudança do tráfego normal de clientes não tenha um grande impacto de valor para as empresas, os papéis das varejistas negociadas em bolsa podem sofrer consequências, disseram os analistas do Citi.
Em relatório, eles acrescentaram que "qualquer perda relacionada às interrupções será significativa para as ações" em um cenário de mal-estar generalizado com os mercados emergentes, com o Brasil sofrendo em "dose extra por conta das suas políticas macroeconômicas e de dados mais fracos do consumo."
"Enquanto as variáveis de renda afetam todos que vendem para os consumidores brasileiros, achamos que as manifestações nas ruas atingem principalmente a venda de produtos mais caros em shoppings, as varejistas, além das operadores de restaurantes", disse o banco.
Veículo: Diário de Guarapuava (26/06)