Recuo foi de 1,6% nos primeiros seis meses ante 2012; maior impacto foi no setor de cerveja e refrigerantes
O volume vendido nos supermercados registrou queda de 1,6% entre janeiro e junho deste ano na comparação com igual período do ano passado, de acordo com levantamento da Abras (Associação Brasileira dos Supermercados), divulgado ontem. No primeiro semestre de 2012, as vendas em volume recuaram 0,2% sobre o mesmo intervalo do ano anterior. Fabio Gomes, gerente de atendimento da Nielse, observa que o maior impacto para a queda no volume parte da categoria bebidas alcoólicas (-5,7%) e não alcoólicas (-2,2%), que representam, juntas, cerca de 20% do indicador. “As vendas de cerveja e bebidas puxaram para baixo o volume nos supermercados. As vendas foram menores em função da mudança de hábito, com consumidores buscando alimentos saudáveis, e pelo reajuste de preços nessas categorias”, disse.
Gomes observou também que as vendas em estabelecimentos de menor porte foram melhores, apesar de terem apresentado queda. Os mercados com um a quatro check-in (caixa) tiveram queda em volume de 0,2% no primeiro semestre, enquanto nos supermercados com 10 a 19 check-in a redução do volume foi de 2,3%. “Esses pontos comerciais são mais voltados para a venda de produtos de primeira necessidade e reposição, o que explica a performance melhor”, afirmou.
O vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) manteve a previsão de que as vendas do setor cresçam em torno de 3,5% em 2013 em relação a 2012. “Nosso indicador mostra que os números continuam positivos para o setor supermercadista. Nossa previsão inicial foi bem realista e deve se confirmar”, afirmou.
Segundo o economista da Abras, Flavio Tayra, até o final do ano os supermercados devem registrar taxas de crescimento semelhantes ao acumulado no primeiro semestre, quando as vendas reais do setor avançaram 2,99%. “Iniciamos o ano com essa projeção e, passados seis meses, apesar do cenário macro, nosso setor vem confirmando o desempenho. Os supermercadistas seguem otimistas, embora as condições macroeconômicas para a economia, de modo geral, não sejam positivas”, disse Tayra.
Veículo: Portal Todo Dia