Para driblar crise, supermercados devem intensificar guerra de preços

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Sob pressão de fatores macroeconômicos, setor cresceu menos neste 1º semestre emrelação a 2012, mas busca alternativas

O cenário macroeconômico de desaceleração, espelhadona combinação de fatores como inflação, elevação do dólar, crescimento mais tímido da renda e aumento do desemprego, deve resultar em uma guerra de preçosmais intensa entre os supermercados neste segundo semestre. Essa a expectativa de João SanvozoNeto, vicepresidente da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras), entidade que ontem divulgou os resultados do setor no último mês de junho, no fechamento do primeiro semestre do ano.

Apesar da expansão de 7,33% nas vendas frente ao mesmo mês de 2012, junho reforçou a tendência de crescimento mais baixo do varejo neste ano. Além da retração de 2,71% em relação a maio, no acumulado de 2013 a expansão dos negócios atingiu crescimento de 2,99% ante os 6,79% registrado nomesmo período do ano passado.

“Esse cenário costuma proporcionar uma competitividade maior entre os supermercadistas para atrair a atenção do consumidor, que por sua vez está gastando menos e refletindo mais na hora das compras”, avaliou Sanvozo Neto, após a coletiva de apresentação do balanço. “A valorização das ofertas para aumentar os negócios será mais intensa uma vez que todos estão buscando alternativas para superar esse cenáriomais tímido”.

Na Abras, apesar da sentida onda de desaquecimento, o discurso caminha em outro sentido. “Nós ainda estamos otimistas em relação a 2013. No cenáriomacroeconômico deteriorado, o setor deve se manter e atingir a meta. Fizemos uma previsão com os pés no chão”, completa Sanvozo Neto. A expectativa da associação, de ampliar as atividades em 3,5% até dezembro, foi mantida.

Reforçando a tendência, na precificação e no volume, índices respectivamente apurados pelas consultorias GfK e Nielsen, a cesta de produtos teve queda de valor e quantidade em junho. No saldo dos 35 itens analisados pela GfK, o preço sofreu retração de 0,56% frente aomês de maio. Os itens que lideraram as maiores quedas, puxados principalmente pelas desonerações tributárias, foramo tomate (-6,25%), a carne vermelha (-4,59%) e o frango (-4,07%). Por outro lado, leite (4,6%), biscoito (3,58%) e queijo (2,73%) compensaram do outro lado da balança. O leite e seus derivados sofremcomas variáveis sazonais como a seca que prejudicou a produção no Nordeste e o frio intenso que aumentou os custos de produção no Sul e Sudeste. “Devemos terumquadro mais estável no decorrer do ano com tendência de queda”, avalia Marco Aurélio Lima, diretor de relacionamento da GfK.

No volume de vendas ponderado pela Nielsen, responsável pela análise de uma cesta de 130 produtos comelevado grau de industrialização, a queda registrada nos seis primeiros meses de 2013 na comparação com 2012 foi de 1,6% — mais intensa que os 0,2% de retração do ano passado frente a 2011. E o principal combustível nesse cenário foi a avalanche nas vendas de refrigerantes e bebidas alcoólica, que juntas são responsáveis por praticamente 20%do indicador.Acategoria das cervejas registrou -5,7% neste primeiro semestre somada aos -2,2% dos não alcoólicos. “São produtos que tiveram umaumento considerável de preço e partiram de um patamar muito elevado, já que 2012 foi muito bompara esse segmento”, acrescenta Fábio Gomes, gerente de atendimento da Nielsen.

Uma das tendências das empresas associadas à Abras é a intensificação da regionalização dos pontos de venda.Ou seja, cada vez mais os grandes varejistas apostam em redes menores para compensar a queda das vendas das grandes lojas. “Quem não quer ter um supermercado próximo de casa? Isso é amuito valorizado pelo consumidor hoje. O setor entendeu isso e, em tempos de crescimento mais tímido, essa estratégia ganha cada vez mais valor”, finalizou o vice-presidente João Sanvozo Neto.



Veículo: Brasil Econômico


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