Supermercados mantêm meta de crescimento em 3,5% para 2013

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Mesmo desacelerado, setor cresce acima do esperado

O setor supermercadista começa a ser atingindo pela retração do consumo. Inflação e as manifestações ocorridas em junho e julho impactaram negativamente os resultados no período, mas o maior fator de frustração para os empresários, pelo menos na capital paulista, foi o fraco desempenho das vendas na Copa das Confederações, que aconteceu na primeira quinzena de junho.

Segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas), durante o evento era esperado um incremento nas vendas, mas isso não ocorreu. "A expectativa de vendas diante dos dias de jogos da Copa das Confederações não se concretizou, e as vendas não foram impactadas de maneira positiva, conforme o esperado", disse a entidade em comunicado à imprensa.

Mas todos estes fatores não são capazes de fazer com que o segmento apresente retração em seus ganhos ao longo do ano. Segundo o gerente do Departamento de Economia e Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Flávio Tayra, mesmo com a conjuntura macroeconômica pressionando as operações pelo País, os empresários do setor mostram-se otimistas com a perspectiva do setor supermercadista crescer 3,5%. "Os resultados obtidos em junho deste ano nos surpreenderam", disse ao DCI.

Em seu Índice Nacional de Vendas, a Abras apontou que as vendas reais no setor supermercadista tiveram incremento de 2,99% no acumulado do ano. Mesmo com a queda de 2,71% no mês passado (junho), na comparação com o mesmo período de 2012, o incremento foi de 7,33%.

Quem sentiu o peso desse movimento de baixa nas vendas foi a Cooperativa de Consumo (Coop). Segundo o diretor comercial da rede, Valdomiro Sanches Bardini, a Coop teve leve retração no primeiro semestre. Enquanto em 2012 neste período o crescimento foi de 14,15%, este ano o índice ficou em 11,36%. O executivo afirmou também que entre as categorias houve retração nas vendas de açúcar, feijão e café. "Neste primeiro semestre, analisamos uma queda significativa na categoria de açúcar versus igual período de 2012. Esta queda, justifica-se pela retração na própria cesta de compra do consumidor, que está cada vez mais adquirindo hábitos saudáveis. A queda desta categoria na Coop significou 6,27% de janeiro a junho. Vale destacar também queda na categoria de café e feijão em aproximadamente 5,5%. Acreditamos que esta queda esteja ocorrendo pelo reposicionamento dos atacarejos no mercado, trabalhando com margens muito inferiores, e consequentemente preços de venda muito agressivos", disse ele.

Volume

Ainda segundo a Abras, o volume vendido nos supermercados registrou queda de 1,6% entre janeiro e junho deste ano na comparação com igual período do ano passado. No primeiro semestre de 2012, as vendas em volume recuaram 0,2% sobre o mesmo intervalo do ano anterior.

Fabio Gomes, gerente de atendimento da Nielsen, observou que o maior impacto observado para a queda no volume parte da categoria bebidas alcoólicas (-5,7%) e não alcoólicas (-2,2%), que representam, juntas, cerca de 20% do indicador.

"As vendas de cerveja e bebidas puxaram para baixo o volume nos supermercados. As vendas foram menores em função da mudança de hábito, com consumidores buscando alimentos saudáveis, e pelo reajuste de preços nessas categorias", disse. Gomes observou também que as vendas em estabelecimentos de menor porte foram melhores, apesar de terem apresentado queda no período analisado. Os mercados com um a quatro caixas (check-outs) tiveram queda em volume de 0,2% no primeiro semestre, enquanto nos supermercados com 10 a 19 check-outs a redução do volume foi de 2,3%. "Esses pontos comerciais são mais voltados para a venda de produtos de primeira necessidade e reposição, o que explica a performance melhor."


Veículo: DCI


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