As vendas reais dos supermercados brasileiros aumentaram 2,99% no primeiro semestre deste ano ante o mesmo período de 2012; no mês de junho caíram 2,71% comparadas a maio, informou ontem a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O primeiro resultado, considerado positivo, permite à entidade manter as previsões de crescimento de 3,5% neste ano frente ao desempenho de 2012., segundo o vice-presidente da entidade, João Sanzovo Neto.
A Abras divulgou também que as vendas em volume – estudo realizado em parceria com a Nielsen – recuaram de 1,6% no primeiro semestre na comparação com os seis primeiros meses de 2012. Esse resultado é atribuído do comportamento mais contido do consumidor.
De acordo com o economista da Abras, Flávio Tayra, o crescimento das vendas reais no primeiro semestre está dentro das expectativas do segmento. "No começo deste ano, o comportamento foi de retração e quando comparado a 2012, que apresentou uma base mais forte, a queda se mostrou mais pronunciada. Já no segundo semestre , o desempenho se dará diante de resultados mais modestos", disse ele.
Tayra avalia que o aumento da inflação, com a consequente contração do poder aquisitivo dos salários, e a queda no ritmo de emprego causaram a queda de 2,71% nas vendas de junho. Ele diz acreditar que o mercado vai se recuperar ao longo do segundo semestre, pois tradicionalmente a economia costuma ter desempenho melhor de julho a dezembro. Sanzovo Neto reforçou que os empresários do segmento estão céticos quanto ao resultado final do Produto Interno Bruto (PIB) do País neste ano e acrescentou que as manifestações de rua ocorridas em junho não prejudicaram o setor, pois apenas adiaram compras.
Quanto à queda de volume vendido, o gerente de Atendimento da Nielsen, Fabio Gomes, explicou que as categorias que mais contribuíram para isso foram bebidas alcoólicas (-5,7%) e não alcoólicas (-2,2%), que, juntas, representam 20% do indicador.
Ele informou também que os supermercados pequenos (lojas de vizinhança, de um a quatro caixas) tiveram desempenho melhor que os maiores (10 a 19 caixas). O recuo das vendas no semestre foi de 0,2% e 2,3% respectivamente. Gomes explica que o consumidor está restringindo compras de produtos considerados supérfluos como doces e refrigerantes; por isso, é natural que opte por estabelecimentos menores, que oferecem os itens básicos de alimentação e limpeza.
São Paulo – Já no estado de São Paulo, o faturamento real dos supermercados cresceu 0,74% no primeiro semestre e caiu 4,19% em junho ante maio. Segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas), as manifestações de junho afetaram as vendas. A associação também menciona que a Copa das Confederações não impactou o setor de maneira positiva, como era previsto.
Veículo: Diário do Comércio - SP