O Ministério do Meio Ambiente, por intermédio da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental (SMCQ), assinou na manhã desta terça-feira (01/10), acordo de cooperação técnica com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), para ações conjuntas no sentido de conter vazamentos de gases que destroem a camada de ozônio, em equipamentos de refrigeração e ar-condicionado. A iniciativa faz parte dos compromissos do governo brasileiro no cumprimento das metas do Protocolo de Montreal.
O acordo prevê investimentos de US$ 4 milhões, oriundos do Fundo Multilateral do Protocolo de Montreal, para o treinamento de 4.800 mecânicos que atuam na área de refrigeração e 100 técnicos de manutenção de ar-condicionado que trabalham nos supermercados em todas as regiões, em equipamentos que funcionam com hidroclorofluorcarbono (HCFC-22), o gás prejudicial ao ozônio.
RECICLAGEM
A capacitação tem como objetivo melhorar as técnicas para redução de vazamentos e ampliar o recolhimento e a reciclagem dos fluídos. Os supermercados consumiram cerca de 6 mil toneladas de HCFC-22 em 2009, o que corresponde a 44% do total do consumo dessa substância no Brasil – segundo dados do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs, que está em plena fase de implantação.
Também serão montados projetos demonstrativos em cinco lojas de supermercados, que terão equipamentos de refrigeração melhorados com novos componentes, para servir de modelo para todo o setor no país. Esses modelos vão demonstrar a viabilidade econômica que resultada da manutenção preventiva. As ações terão a parceria entre MMA, Abras e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e a agência de cooperação alemã GIZ.
Os supermercadistas contarão com um sistema de documentação online com informações como monitoramento de consumo e previsão das manutenções. Atualmente, são realizados apenas consertos em momentos de pane de equipamentos, e a intenção é que sejam feitas revisões periódicas de acordo como um calendário de uso, como se faz com os veículos, que fazem revisões de acordo com a quilometragem rodada. Estão previstos, ainda, meios para a divulgação de todas as ações entre todos os envolvidos.
PREOCUPAÇÃO
“Se depender de nossos esforços, o Programa de Eliminação dos HCFCs será um sucesso”, garantiu o presidente da Abras, Fernando Yamada, ao assinar o acordo de cooperação. Ele disse que já existem profissionais do setor preocupados em conter emissões de gases. E comentou que a Abras tem outros acordos com o MMA, como o de redução de sacolas plásticas.
O secretário de Mudanças Climáticas, do MMA, Carlos Klink, citou que 2013 é um marco no programa de eliminação dos hidroclorofluorcarbonos, pois é o ano em que o país tem o compromisso de congelar o seu consumo. Na 19a reunião das partes do Protocolo de Montreal em 2007, foi decida a antecipação dos prazos de eliminação da produção e consumo dos HCFCs. De acordo com o protocolo, os países em desenvolvimento devem reduzir em 10% o consumo em 2015, chegar a 35% de redução em 2020 e seguir um cronograma decrescente até chegar ao banimento da substância em 2040.
A coordenadora de Proteção da Camada de Ozônio da Secretaria de Mudanças Climáticas do MMA, Magna Luduvice, afirmou que as ações para o cumprimento do Protocolo de Montreal são transversais e precisam envolver o setor público e privado, para a garantia de que as metas serão alcançadas. A gerente de Projetos do Protocolo de Montreal no Pnud, Marina Ribeiro, comentou que as ações desenvolvidas desde que o Brasil aderiu ao tratado em 1990, tornaram o país referência para todos os outros países em desenvolvimento. Ela diz que o intercâmbio de informações geralmente acontece nas reuniões da secretaria executiva do Fundo Multilateral do Protocolo e Montreal e também em reuniões promovidas em Brasília e nos estados. Segundo a representante da GIZ, Stefanie von Heinemann, a agências implementadora alemã tem a atribuição, junto com o Pnud, de executar os recursos financeiros, mas também terá tarefas na execução de atividades.
Veículo: Site Ministério do Meio Ambiente