O presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), José Oliveira (presidente do Grupo Formosa) reafirmou, ontem, o interesse do segmento supermercadista do Pará na implantação, aqui no Estado, do Rama, o programa de rastreamento e monitoramento de agrotóxicos nas frutas, verduras e legumes. O projeto vem sendo desenvolvido em ação conjunta da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Ministério da Agricultura. A previsão é de que ele estará implantado em todo o Brasil até o final do ano que vem.
A adesão do Pará ao programa foi tornada pública já na noite de segunda-feira, por ocasião da abertura da 16ª Convenção de Supermercados e Fornecedores da Região Norte, a SuperNorte. Ao abrir oficialmente o evento, na ocasião, o presidente da Aspas chamou a atenção para a palestra técnica sobre o projeto Rama que seria realizada ontem pela manhã pelo vice-presidente da Abras, Márcio Milan. “Esse é um tema da maior importância e é fundamental que todos participem”, afirmou José Oliveira, acrescentando que o programa já está em fase de implantação no Pará.
Em sua palestra, realizada ontem pela manhã, Márcio Milan informou que o Rama foi criado pela Abras com o propósito específico de rastrear e monitorar o uso de agrotóxicos nas frutas, verduras e legumes comercializados pelas mais de 80 mil lojas do setor supermercadista espalhadas por todo o Brasil.
O programa é desenvolvido pela Abras em parceria com a Paripassu, empresa especializada responsável pelas coletas e análises técnicas. Ele permitirá, ao supermercadista, monitorar os alimentos in natura por meio de análises de resíduos de agrotóxicos realizadas com amostras de frutas, legumes e verduras recolhidas nas lojas. Também permitirá, por meio da rastreabilidade dos produtos, maior precisão na identificação da origem de eventuais problemas associados ao uso incorreto ou excessivo de agrotóxicos na produção, tornando possível a sua solução e com isso protegendo a saúde do consumidor.
Márcio Milan disse que o programa está em fase inicial de execução, tendo começado por Santa Catarina e chegado depois ao Rio Grande do Norte. No Pará, o terceiro Estado a recebê-lo, ele começará a ser implantado já nos próximos dias e, em seguida, será a vez de Sergipe. “Nós temos um desafio que é até o final do próximo ano a gente ter isso implantado no Brasil inteiro”, acrescentou.
Prevenção
O vice-presidente da Abras destacou que o produtor de todo o Brasil – e o Pará não é exceção – já tem hoje uma certa noção de que é preciso restringir o uso de agrotóxicos, fazendo a sua aplicação, quando necessária, dentro de limites aceitáveis, conforme prevê a própria legislação federal. Então, o que ele precisa na verdade é conhecer melhor o Rama e se inteirar de como é conduzido o processo de rastreamento e monitoramento. Isso não é difícil e, no caso dos produtores paraenses, eles terão total apoio dos supermercados, da vigilância sanitária e da Superintendência do Ministério da Agricultura.
De acordo com Márcio Milan, o que a Abras está fazendo, ao criar o Rama e estendê-lo para todo o Brasil, é tornar mais efetivo um trabalho que já era realizado pela Anvisa. A Agência, segundo ele, ia aos supermercados de todo o Brasil, colhia amostras e levava essas amostras a um laboratório para análise. Esse trabalho era feito ao longo do ano.
Veículo: Diário do Pará