O comando da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) disse nesta terça-feira que a preocupação principal do setor está na interrupção não prevista de energia nas redes, o que impede o planejamento das lojas para manter a operação em funcionamento.
"Até uma ou duas horas os geradores seguram, mas não para a metade de um dia [sem energia]. Se faltar energia acima do tempo que os geradores aguentam então tem que chamar os clientes e pedir para evacuar a loja. Estamos preocupados com as interrupções não previstas", disse Fernando Yamada, presidente da Abras.
Segundo ele, a estimativa de aumento da conta de energia deve fazer esse custo subir de 1,5% do faturamento das redes para "talvez" algo na faixa de 1,7%. Ele não informou se esse aumento levará as redes a repassarem parte da pressão ao consumidor.
Acima do previsto
As vendas reais do setor supermercadista subiram 2,24% em 2014 ante o ano anterior. Em dezembro, a alta foi de 2,94% sobre dezembro de 2013, informou a Abras. O índice está deflacionado pelo IPCA/IBGE.
Em valores nominais, a alta em 2014 foi de 8,73% e em dezembro, de 9,54%, também em termos nominais.
A taxa de crescimento real no ano passado de 2,24% é bem inferior ao índice apurado em 2013 (5,36%) e também menor que o registrado em 2012 (5,30%). Segundo a Abras, apesar do índice mais fraco, o dado é visto como positivo em relação ao desempenho geral da economia, já que o Produto Interno Bruto (PIB) terá expansão inferior a esta apurada pelo setor.
A taxa inicial prevista pela Abras era uma alta de 1,9% em 2014.
Indicadores dos últimos anos já apontam que, historicamente, o setor se expande acima do PIB, não sendo um fato incomum, segundo analistas de varejo.
Para 2015, como já informado no ano passado, a Abras prevê alta de 2% nas vendas reais em relação a 2014.
Veículo: Uol Economia (27/01)