As vendas dos supermercados registraram alta real de 2,92% em fevereiro de 2016 na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Já na comparação com janeiro deste ano, houve queda real de 1,61%.
No acumulado dos dois primeiros meses de 2016, as vendas do segmento apresentaram queda real de 0,36% ante os mesmos meses do ano anterior. Todos os valores foram deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Em valores nominais, as vendas dos supermercados registraram alta de 13,64% em fevereiro na comparação com o mesmo mês de 2015. Já em relação a janeiro, o número apresentou recuo de 0,73%. No acumulado dos dois primeiros meses do ano, as vendas nominais cresceram 10,22%.
O preço da cesta de itens básicos nos supermercados brasileiros subiu 0,88% em fevereiro na comparação com o mês imediatamente anterior, de acordo com a Abrasmercado, cesta composta por 35 produtos de largo consumo pesquisada pela GfK e analisada pelo Departamento de Economia e Pesquisa da Abras.
O preço total da cesta saiu de R$ 452,22 em janeiro para R$ 456,22 em fevereiro. Já na comparação com fevereiro de 2015, o preço da cesta subiu 17,67%. Entre as maiores altas do mês passado estão itens como ovo, cujo preço subiu 9,46%; farinha de mandioca, com alta de 7,31%; e arroz, com aumento de 6,69%. Já as maiores quedas foram encabeçadas por tomate, com recuo de 14,39%; pernil, com queda de 4,73%; e carne traseiro, recuo de 2,04%.
A confiança dos empresários do setor de supermercados teve uma leve alta em fevereiro deste ano na comparação com dezembro de 2015, de acordo com levantamento da Abras e da GfK. O indicador que mede a expectativa para daqui a seis meses indica que a confiança saiu de 46,2 para 49, indicando uma melhora de humor para o próximo semestre. Apesar disso, porém, o índice segue abaixo de 50, o que é considerado território do pessimismo.
Para Marco Aurélio Lima, diretor de Relacionamento da GfK, o indicador sinaliza que há uma expectativa de alguma estabilização no cenário macroeconômico pela frente. Para ele, nota-se, na visão dos empresários, que há uma perspectiva de que a instabilidade atual no cenário político possa arrefecer na segunda metade do ano.
Ainda sobre o cenário político, a Abras não adotou uma posição oficial sobre apoiar ou rejeitar as hipóteses de renúncia ou impeachment da presidente Dilma Rousseff. Associações regionais de supermercadistas, porém, já se manifestaram em prol do impeachment, caso da Associação Paulista de Supermercados (Apas).
Sobre o impacto da confiança nos investimentos, o presidente do conselho consultivo da Abras, Sussumu Honda, avaliou que o setor vive um ambiente de racionalização dos investimentos, mas descartou que deve haver uma retração muito forte na abertura de lojas ou aceleração dos fechamentos.
"As grandes redes não deixam de investir e, nas redes regionais, existe a necessidade de defender a participação de mercado delas na região", comentou. O executivo avaliou que notícias sobre fechamentos de lojas de redes de supermercados, como ocorreu no Walmart no ano passado, são efeitos de ajustes pontuais nas operações.
Veículo: Jornal do Comércio - RS