Juros caem e reforçam apostas de mais cortes na Selic

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Investidores não acreditam que Copom porá fim na redução da taxa básica na reunião de quarta-feira

Os investidores em juros futuros parecem não acreditar que o Comitê de Política Monetária (Copom) porá fim ao ciclo de cortes da Selic na quarta-feira. Tanto que as taxas futuras operaram com leve baixa ao longo de toda a estrutura da curva de juros, influenciadas pelas incertezas sobre a economia global e doméstica. Nesta terça-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou nova queda na confiança do setor de serviços e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), mais um recuo das vendas do setor em julho. Nesse ambiente, o mercado precifica a redução do juro básico para 7,50% na quarta-feira do atual patamar de 8%, e deixa pouco mais da metade de suas fichas em uma nova redução de 0,25 ponto porcentual em outubro.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013 (445.200 contratos) estava em 7,26%, de 7,29% no ajuste. Já a taxa do contrato de juro futuro para janeiro de 2014 (276.815 contratos) marcava mínima de 7,82%, ante 7,89% na véspera. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (28.250 contratos) indicava 9,17%, de 9,22% ontem, enquanto o DI janeiro de 2021, com giro de apenas 705 contratos, apontava 9,77%, de 9,80% no ajuste.

De acordo com um profissional da área de renda fixa, além de as indefinições na Europa seguirem no radar, com notícias não muito animadoras sobre a Grécia, há algumas operações de importantes players do mercado sinalizando apostas na extensão do ciclo de afrouxamento monetário.

E os dados conhecidos nesta terça-feira ainda mostram alguns sinais de fraqueza. O Índice de Confiança de Serviços (ICS) recuou 2,6% na passagem de julho para agosto, na série com ajuste sazonal, informou a FGV. O indicador chegou ao menor patamar desde agosto de 2009. Já o Índice Nacional de Vendas, divulgado pela Abras, revelou que as vendas reais do setor supermercadista registraram queda de 0,51% em julho em relação a junho. O declínio foi mais ameno do que o de junho ante maio deste ano, quando o tombo foi de 5,47%. Para o superintendente da entidade, Tiaraju Pires, as vendas nos supermercados devem voltar a registrar crescimento no final de agosto após apontar em julho a primeira queda desde abril de 2010.

No exterior, os mercados trabalharam com viés positivo à espera pela fala de Ben Bernanke no Simpósio do Federal Reserve em Jackson Hole, na sexta-feira. As especulações sobre eventuais medidas seguem no radar. Já que os indicadores de hoje não foram tão animadores. Nos EUA, o índice de confiança do consumidor norte-americano do Conference Board caiu para 60,6 em agosto, o nível mais baixo desde novembro de 2011, da leitura revisada de 65,4 em julho e ante previsão de que ficaria em 66. E na Europa, a recessão econômica da Espanha se aprofundou no segundo trimestre deste ano. O Produto Interno Bruto (PIB) teve uma retração de 0,4% em relação ao primeiro trimestre, que apresentara queda de 0,3% em bases trimestrais. Na comparação com o segundo trimestre de 2011, a contração é de 1,3%.

Veículo: Portal Estadão


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