Com um crescimento de 0,8% em agosto em comparação com o mês anterior, o setor supermercadista demonstra perspectiva de crescimento do segmento e sinaliza retomada da economia nacional, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC). Divulgado no dia 18 de outubro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o levantamento confirmou o Índice Nacional de Vendas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que aponta o mesmo índice de 0,8% de crescimento considerando o acumulado de janeiro a agosto.
De acordo com o presidente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Pedro Joanir Zonta, fatores como o otimismo do consumidor e as mudanças políticas contribuíram para que o setor atingisse este resultado positivo. “A recuperação da confiança no país nos ajudou a atingir este aumento, mas a mudança de hábito do consumidor e a capacidade dos supermercadistas em se adaptarem às necessidades dos seus clientes foram primordiais para atingirmos este índice positivo”.
Uma das mudanças adotadas por 61% dos consumidores, segundo pesquisa da Nielsen, foi cortar os gastos com o entretenimento fora do lar, o que trouxe ainda mais pessoas para os supermercados em busca de itens que supram o consumo dentro dos lares. Um grande exemplo é o fato de que o consumo de cervejas com os amigos e familiares nos lares cresceu 37% em 2015 em comparação com 2014. Neste sentido, o Condor Super Center implantou um projeto piloto em seis de suas lojas, que passaram a contar com cervejas retornáveis no mix, o que contribuiu para um crescimento de 48% nas vendas desta categoria.
Com a crise, as redes passaram a se preocupar ainda mais em definir um mix assertivo, pois foi verificada a tendência de que o consumidor experimente menos e busque consumir os produtos com qualidade comprovada. No caso da região Sul, isso é ainda mais latente, já que apenas 14,5% das categorias aumentam em importância em trade down (produtos de baixo custo). Existe uma resistência da população para deixar de utilizar as marcas Premium e, neste cenário, as “Top 3 Marcas” representam 60% das vendas.
Portanto, os grandes desafios dos supermercadistas durante a crise foi conhecer melhor o consumidor e melhorar a experiência de compra dele, visto que as pessoas estão procurando errar cada vez menos na escolha dos produtos.
Aliados à tentativa de oferecer ao consumidor exatamente o que ele deseja, os supermercados têm como vantagem a conveniência e a praticidade das lojas, que estão cada vez mais parecidas com um centro de compras. “As pessoas gostam de fazer as suas compras em ambientes que ofereçam qualidade, variedade, conforto, atendimento e um mix de produtos que atenda aos seus gostos e às suas necessidades, e apenas modelos de lojas como supermercados e hipermercados conseguem proporcionar esses benefícios”, destaca Zonta.
Para Coniberto Niedermeyer, integrante da diretoria da APRAS, subseção Cascavel, com lojas nas cidades de Cascavel, Toledo e Marechal Cândido Rondon, o momento é de extremo otimismo, com perspectivas de crescimento, principalmente pela mudança da cúpula de governo. “Acredito que parcela da sociedade esperava pelo impeachment, fato que pode ser comprovado no aumento significativo das vendas, especialmente nos momentos pós evento. Esse é o momento de todos terem os pés no chão e confiarem em suas possibilidades e capacidades administrativas, preparando-se para uma expectativa de crescimento anual de vendas em torno de 2% no setor”, conclui.
Fonte: Band B