A rede, sediada em Araxá, prevê aumento de 14% nas vendas em relação a 2015
Em virtude da crise econômica brasileira, a rede de supermercados Barbosão Extra, com sede em Araxá, no Alto Paranaíba, reviu seu plano de estar entre os 100 maiores do setor até 2018. A meta da empresa, que fatura hoje cerca de R$ 150 milhões por ano, era alcançar, em três anos, a casa dos R$ 350 milhões. Como viu suas margens serem fortemente afetadas no decorrer deste exercício, a empresa aguardará a retomada do cenário para voltar a investir. As informações são do proprietário da rede, Antônio Ferreira Barbosa. Segundo ele, o projeto inicial previa aportes robustos na abertura de novas lojas em Minas Gerais. Porém, em janeiro de 2016, em função da mudança no comportamento do consumidor, as metas e estratégias foram revistas.
"O ritmo de vendas vieram até bem no decorrer deste exercício. No entanto, ao contrário do que a maioria pensa, o setor supermercadista não está alheio à crise. Estamos sofrendo os impactos da recessão como qualquer outro setor. A diferença é que optamos por encolher nossas margens, a fim de manter o volume de comercialização", explica. Neste sentido, o empresário revela que de janeiro a outubro as vendas da rede aumentaram quase 20% sobre igual época do ano anterior e que devem encerrar 2016 neste patamar sem descontar a inflação. "Assim, deveremos ter um aumento de aproximadamente 14% de ganho real sobre 2015", diz.
De toda forma, Barbosa revela que, em função do aumento dos custos e das mudanças nos hábitos dos consumidores, foi preciso achatar as margens para alcançar tais resultados. "Tivemos uma redução de seis pontos percentuais na nossa margem bruta. Como o consumidor está indo menos vezes às lojas, priorizando embalagens econômicas e promoções, precisamos buscar alternativas para conseguir manter os negócios", completa. Assim, a estimativa inicial de inaugurar quatro lojas somente neste exercício foi adiada e a rede abriu somente uma. A meta era chegar a 20 unidades até 2018 e a marca conta hoje com 16 lojas em oito diferentes cidades do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba.
"Tivemos que transformar este e o próximo exercício em anos de manutenção, focando apenas na reestruturação das lojas. Devemos alcançar esta marca de 20 unidades somente em 2020, ou quando a economia se recuperar de vez", arrisca. Isso porque, para ele, 2017 ainda será um ano de grandes desafios e somente a partir do segundo semestre será possível retomar o crescimento e o projeto de expansão. Os supermercados Barbosão Extra se encontram hoje no 151º lugar do ranking nacional do setor.
ABC - Seguindo a mesma perspectiva, o Supermercado ABC, que possui 34 lojas espalhadas na região Centro-Oeste de Minas Gerais, também precisou diminuir suas margens no decorrer deste exercício para encerrar 2016 com crescimento. De acordo com o proprietário da rede, Valdemar Martins do Amaral, em alguns produtos a margem já chega a 3%.
"Este ano foi um pouco melhor do que o anterior, porque o iniciamos mais preparados para o que enfrentaríamos. Em relação às margens, por exemplo, já sabíamos que teríamos que mexer", revela. Assim, o crescimento das vendas ao fim do exercício na comparação com o ano anterior vai ser da ordem de 18% considerando as novas lojas. Para Amaral, trata-se de um excelente resultado, considerando o cenário desafiador. Ambos os empresários estiveram presentes na 50ª Convenção da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que ocorreu na última semana, em Atibaia (SP). Na oportunidade, puderam discutir estas e outras questões com supermercadistas de todo o País.
Fonte: Diário do Comércio de Minas