Supermercados já triplicaram área voltada ao segmento
Na onda de uma vida mais saudável, os alimentos funcionais têm ganhado a preferência do consumidor e, com isso, também têm ganhado mais espaço nas prateleiras dos supermercados. "As pessoas querem mais qualidade de vida e as áreas destinadas a esse tipo de produto têm crescido nos últimos anos. Na minha rede, por exemplo, eles ocupavam entre 3% e 4% da área total. Agora, os produtos naturais ocupam de 12% a 15%", afirma o presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Alexandre Poni, que é proprietário da rede Verdemar.
No mercado há 20 anos, a marca de produtos naturais Grings tem crescido 30% ao ano. Para acompanhar a demanda, a fábrica, em São João da Boa Vista, no interior de São Paulo, aumentou em 25% o número de funcionários, no último ano. "Eram 30 pessoas, agora são 40. Hoje temos mais de cem itens e os mais vendidos são granola, arroz e cookies integrais", afirma o diretor comercial, Cristiano Grings.
Segundo o empresário, os supermercados têm apostado mais nas vendas dos produtos naturais como chia, arroz integral, granola. "Além de ampliar o espaço dedicado a esses produtos, os supermercados estão até segmentando: tem área sem glúten, sem lactose, naturais", destaca Grings. Na avaliação do empresário, os supermercados têm tido ganhos significativos com o setor. "Como são produtos de maior valor agregado, porque vendem praticidade, é possível elevar a margem de lucro e ter maior rentabilidade", diz.
O supervisor da Viver Bem, Wagner Mayer, afirma que o espaço dedicado aos produtos naturais nos supermercados triplicou. "A procura cresceu nos últimos anos e os preços ficaram mais acessíveis. Os produtos são mais caros do que os convencionais, mas é pouca coisa: entre 10% e 12%. Já chegaram a ser até 50% mais caros", explica.
Segundo Mayer, a produção tem crescido em torno de 30% ao mês. A fábrica, no bairro Santa Cruz, região Nordeste de Belo Horizonte, está aumentando a produção. Além dos supermercados e lojas especializadas, também distribuem em drogarias e até em sacolões. "A pessoa chega para comprar uma fruta e já tem ali um alimento funcional", destaca Mayer.
Crescimento
Real. O setor de supermercados espera um crescimento real de vendas entre 1% e 1,2% em 2016 na comparação com o ano anterior, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados.
Prospecção
Setor tem mercado em outros países
Entre chia, cereais, sal rosa e chás verdes, o setor de produtos naturais já está conquistando o mercado externo. A Viver Bem exporta há três anos para Miami (Estados Unidos). "Costumamos enviar pedidos de três em três meses. Exportamos principalmente granola, linhaça, chia e hibisco", destaca o supervisor Wagner Mayer. A Grings ainda não exporta, mas está conversando com outros países. "Constantemente temos conversas. Atualmente, estamos em contato com Paraguai, Bolívia e Portugal", afirma o diretor comercial Cristiano Grings.
O vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo Neto, avalia que o mercado de produtos naturais está em expansão, mas ainda tem muito a crescer. "É difícil precisar exatamente o quanto cresceu. A tendência é de os consumidores buscarem cada vez mais a funcionalidade, pela saúde. Os preços já caíram", avalia Sanzovo Neto. (QA)
Fonte: O Tempo