Mesa farta: guloseimas, bebidas, produtos da época, isso faz parte da tradição de Natal das famílias brasileiras. Este ano, mesmo com a situação econômica diferenciada, não deve ser diferente. Porém, o setor de supermercados aposta que a data deve ser marcada por substituições. Ou seja, o consumidor manterá a ceia e festas, mas escolherá produtos mais baratos.
A dona de casa Terezinha Santolin faz parte dessa gama de consumidores que terá que economizar no Natal. Ela conta que geralmente gastava em torno de R$ 300,00 com os produtos de época para a comemoração em família, mas este ano precisará cortar os gastos. “Pretendo gastar uns R$ 200,00 apenas. Vou fazer muita pesquisa de preço, retirar os supérfluos e trocar as marcas, comprar tudo do mais barato”, conta o segredo.
Esse perfil de consumidor, que veio com a crise econômica, deve caracterizar o Natal este ano. O gerente de uma rede de supermercados de Toledo Bruno Radunz afirma que 70% das famílias estão endividadas e, portanto mais conscientes do que podem gastar. “Este momento diferente da economia fez com que o consumidor se adaptasse. E se tem algo que o brasileiro é, é criativo. Ele consegue se adequar às necessidades”, salienta.
Por essa característica, o consumidor não vai deixar de consumir. “Mesmo neste ano diferente economicamente as famílias não deixarão de comprar. Elas vão fazer as trocas, adequar à atual realidade. Então se compravam um espumante x, substituirão por um mais barato. Apostamos na venda de produtos similares mais em conta”, reforça.
MAIS CAROS
Os produtos mais vendidos nesta época, segundo o responsável da rede de supermercados são os tradicionais panetones, espumantes, aves típicas como chester, peru e ave natalina. “Além do chocolate, frutas da época, bebidas de modo geral e carnes”, elenca. A notícia ruim é que praticamente todos estão mais caros este ano. Radunz complementa que os produtos de época tiveram cerca de 10% de aumento em relação ao ano passado. “Mas há também opções para todos os bolsos”, contrapõe.
CRESCIMENTO
O setor supermercadista está até otimista mesmo com crise e aumento dos preços e acredita em crescimento nas comercializações. A pesquisa sobre vendas de produtos natalinos no setor realizado pelo Departamento de Economia e Pesquisa da Abras (Associação Brasileira de Supermercados) revela que haverá um aumento de 0,67% este ano. “E considerando todo o ano teremos crescimento de 0,5%, o que é muito positivo diante do cenário”, resume o gerente.
Fonte: Jornal do Oeste