A turismóloga Silmara Camis, de 56 anos, não abre mão do seu lanche da tarde: biscoito e café com leite. Por isso, percebeu que o preço do latinício aumentou recentemente._Fui comprar hoje (20/6) e paguei R$ 5,79 na caixinha, antes o valor era R$3,10 aqui no Flamengo, onde moro. - contou.
De acordo com André Portes, Diretor do Conselho de Comunicação e Marketing da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), são vários os motivos que justificam o preço quase ter dobrado, já que antes o litro era encontrado por R$2,30 e agora é vendido por R$4 a R$4,50, em média. Somada à entressafra, comum no inverno, que costuma encarecer o preço do leite, a greve dos caminhoneiros atrasou a chegada de ração às fazendas, o que fez com que as vacas não fossem alimentadas adequadamente e culminou numa produção menor.
Além disso, o fechamento da fábrica da Godam fez com que houvesse uma demanda maior do produto do que oferta. Sendo assim, o preço das outras marcas se elevou:
As empresas só produzem o que sabem que vão vender. Com a saída da Godam, as outras marcas não deram conta dos consumidores. Somando isso aos outros fatores, nós tivemos essa elevação nos preços. - explicou Portes.
O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio de Janeiro (Sindilat) Antônio Carlos Cordeiro discorda:
A Godam tem fábrica também em Minas Gerais. A que foi fechada, no Rio, é relativamente pequena. Então, ao meu ver, nao existe uma relação de causa e efeito. Para Cordeiro, o grande descarte de matéria prima durante a greve dos caminhoneiros diminuiu a oferta de produto. Sendo assim, as indústrias estão tendo que pagar mais caro para os produtores, o que reflete no varejo. Apesar de a paralisação ter encerrado há mais de uma semana, não existe previsão para que o preço do leite volte ao patamar anterior.
Fonte: Extra