Atacado distribuidor cresce 0,8% e fatura R$ 261,8 bilhões em 2018

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Coletiva de imprensa da ABAD, em São Paulo

 

Os resultados da pesquisa Ranking ABAD/Nielsen 2019 - ano base 2018, realizada pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores em parceria com a consultoria Nielsen, foram divulgados hoje (22) em coletiva de imprensa, no hotel Maksoud Plaza, em São Paulo. Em sua 25ª edição, o estudo revelou que o setor faturou R$ 261,8 bilhões no ano passado, a preço de varejo, movimentando 53,6% do mercado mercearil brasileiro, que  em 2018 atingiu R$ 488,7 bilhões.

 

Participaram da coletiva Emerson Destro, presidente da ABAD, Nelson Barrizzelli, pesquisador e coordenador de cursos de Desenvolvimento do Varejo da Fundação Instituto de Administração (FIA),  Marco Aurélo de Lima, diretor da GfK, e Daniel Souza, gerente de Desenvolvimento e Novos Negócios da Nielsen.

 

De acordo com a pesquisa, a participação de mercado manteve-se estável em relação ao Ranking anterior e permanece superior a 50% pelo 15º ano consecutivo.  As 666 empresas que neste ano responderam ao questionário do Ranking somam um faturamento de R$ 88 bilhões ( R$110 bilhões a preço de varejo), compondo uma amostra que equivale a 42% do faturamento do setor. Essas empresas forneceram as informações que ajudaram a traçar o perfil do atacado distribuidor brasileiro em aspectos como gestão, intenção de investimentos e expectativas para 2019.

A coordenadora de Comunicação da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), Natália Lima, acompanhou a coletiva de imprensa.

 

 

Crescimento 

 

O crescimento do setor, em faturamento, foi de 0,8% nominal e relação a 2017. Já o dado deflacionado, isto é, considerando a inflação oficial de 2018 (IPCA de 3,75%), mostra uma retração de -2,95%.
Para o professor Nelson Barrizzelli, coordenador de projetos da FIA - Fundação Instituto de Administração e responsável pelas análises do Ranking ABAD/Nielsen, credita esse resultado a fatores que influenciaram todo o desempenho da economia em 2018, como a greve dos caminhoneiros, no primeiro semestre, e a turbulência política trazida pelas eleições de outubro. "O país tinha uma expectativa de crescimento bem maior, que acabou não se concretizando, levando a uma evolução de pouco mais de 1% no PIB", diz Barrizzelli. Sendo o desempenho do setor fortemente vinculado ao aumento do emprego e à disponibilidade de renda, seu crescimento deverá acompanhar o PIB e poderá apresentar resultados bem mais robustos neste ano.



Para Emerson Destro, presidente da ABAD, depois de duas quedas consecutivas do PIB, em 2015 e 2016, os resultados modestos de 2017 e 2018 têm o aspecto positivo de mostrar que a economia parou de andar para trás e começa a reagir, ainda que timidamente. "Embora nossas expectativas de crescimento não tenham se realizado em 2018, nós acreditamos que 2019 traga um cenário mais favorável que impulsione a retomada econômica. Se o governo conseguir dar andamento às medidas mais urgentes para o país, como a nova previdência e a reforma tributária, certamente a resposta dos investidores e setores produtivos não tardará. Nesse caso, com o retorno dos investimentos e aumento da renda, será possível pensar em um crescimento para o setor de até 2% no ano, alinhado com o crescimento do PIB", avalia.

Regional

 

Ao avaliar o desempenho das 666 empresas que responderam ao Ranking, fica evidenciada a consolidação do crescimento mais consistente das empresas de médio e pequeno porte. A tendência, que vem sendo registrada nos últimos seis anos, também indica que cresce a regionalização dos negócios no setor atacadista. Segundo o professor Barrizzelli, "essa é uma tendência que se fortalece a cada edição e permite prever que as novas empresas que ingressarem no setor atacadista serão de pequeno porte e de alcance regional".



Para o consultor, as pequenas cidades do interior e de periferias de regiões metropolitanas são espaços potenciais para receber esse perfil de atacado distribuidor. O atual levantamento indica que, enquanto as empresas de maior faturamento e atuação nacional tiveram incremento de apenas 2,8%, as de porte menor, com atuação regional, cresceram entre 7,8% e 8,4%.



Atacado de autosserviço 

 

Segundo dados levantados pela Nielsen, este modelo de negócios do setor apresentou crescimento nominal de 12,3% em 2018. Entre os atacados de autosserviço que participaram da pesquisa do Ranking, as tendências apontadas foram:


- 96% apostam no crescimento no faturamento em 2019
- 63% preveem manter o número de clientes, possivelmente indicando que o canal já atingiu um patamar de estabilidade/maturidade
- 82,9% das vendas estão concentradas nas lojas físicas
- 17,1% das vendas são realizadas por meio de televendas, e-commerce, representante comercial e vendedor, mostrando que este modelo de negócios está apostando na diversificação dos meios de venda para ampliar o faturamento.

 

Otimismo do setor e intenções de investimento 

 

O otimismo predomina entre as empresas participantes do Ranking, em proporção superior ao Ranking anterior. Nos quatro modelos de negócios, a aposta de crescimento no faturamento em 2019 ultrapassou a casa dos 90% entre os respondentes. O otimismo também domina as expectativas de aumento de volume e na rentabilidade.



Quanto aos investimentos previstos, a injeção de recursos em sistemas de informações, tecnologia de gestão e e-commerce mostra a atenção do setor a aspectos como agilidade, produtividade e confiabilidade de dados para a tomada de decisões, dando um perfil cada vez mais profissionalizado e tecnológico ao setor.



Convenção Anual ABAD


A divulgação dos números do Ranking antecede a abertura da 39ª Convenção Anual do Canal Indireto - ABAD 2019 ATIBAIA, o mais tradicional e importante encontro de negócios do setor, que acontece de 23 a 25 de abril, em Atibaia, São Paulo. Desenvolvida sob o tema "Avaliando o presente, projetando o futuro", a Convenção ABAD 2019 reunirá cerca de 600 altos executivos, entre representantes de grandes indústrias de bens de consumo e um grupo seleto de importantes empresários do setor vindos de todas as regiões do Brasil.



A programação do evento se concentrará nos dias 23 e 24 de abril, terça e quarta-feira. Para a solenidade de abertura no dia 23, são esperadas várias autoridades, além dos presidentes das entidades integrantes da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (UNECS), da diretoria da ABAD e dos presidentes das 27 Filiadas Estaduais. Nesse dia, acontece também a premiação do Melhor Atacadista Distribuidor por Estado ABAD/GfK. No dia 24, serão realizados os quatro painéis, com início às 8h30, intervalos para networking e almoço e término às 17h30. À noite serão premiados os maiores atacadistas, de acordo com a pesquisa ABAD/Nielsen, com um show musical.

 

Outras apresentações

 

A coletiva de imprensa da ABAD contou com apresentações da Nilesen e da Gfk, sobre comportamento do consumidor e formatos de loja. O gerente de Desenvolvimento e Novos Negócios da Nielsen, Daniel Souza, trouxe o estudo que mostra o destaque da evolução do atacarejo em relação aos outros canais, que apresentou crescimento de 12,3% no último ano, principalmente beneficiado pela crise. "Durante a recessão os consumidores criaram novos hábitos de consumo em busca de melhores preços e ofertas. No entanto, passada a crise, ele tem feito um mixa do canal com outros em busca de melhor custo-benefício."

Para 2019 Souza destaca que o consumidor continua cauteloso e ponderando seus gastos, mas também tem passado a comprar mais itens de rápido consumo no e-commerce e tem valorizado mais as experiências e a conveniência.

 

Em sua aprensentação, Marco Aurélio de Lima, diretor de relacionameto da GfK destacou as tranformações do mercado de vizinhança, que tem nos distribuidores e atacadistas seus maiores parceiros para se abastecer. Lima destacou a influência do e-commerce no canal. "De acordo com nosssas pesquisas, 30% dos varejistas de vizinhança já adquiriram o hábito de comprar mercadorias para repor estoques  pela internet, sendo que esse índice cresce na mesma proporção do porte da loja."A pesquisa da GfK constata ainda que nas lojas com quatro check-outs ou mais a proporção é de 39%.

O diretor ressalta ainda que, ao mesmo tempo que o e-commerce se mostra um desafio para o setor, na adaptação de atendimento e logística, contribui para a boa expectativa de retomada de crescimento, com possibilidade de gerar até 15 mil novos empregos.

 


Sobre a ABAD


A ABAD representa nacionalmente um setor que atende diariamente mais de um milhão de pontos de venda em todos os 5.570 municípios brasileiros, sendo responsável por dar capilaridade à distribuição de produtos industrializados essenciais por todo o território nacional e gerando mais de 460 mil empregos diretos e 5 milhões de empregos indiretos nos estabelecimentos varejistas do país.

 

 

Fonte: Assessoria de Comunicação da ABAD


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