As vendas reais dos supermercados subiram 16,9% em abril deste ano na comparação com igual mês de 2008, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em relação a março deste ano, as vendas subiram 6,6%, enquanto que no acumulado do ano até abril o indicador aponta alta de 5,7%. Os números estão deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O desempenho do setor levou o presidente da Abras, Sussumu Honda, a elevar a previsão de crescimento das vendas no ano de 2,5% para 5%. "Temos que aguardar os resultados de maio e junho, mas é bem possível crescer próximo a 5% este ano", disse Honda.
As vendas de abril apresentaram uma alta acentuada na comparação com igual mês de 2008 porque a Páscoa foi comemorada neste mês, enquanto que no ano passado a comemoração foi em março. No acumulado do ano, a entidade destaca a retomada de um faturamento em patamar mais alto, mesmo crescendo em um ritmo inferior ao do ano passado. Segundo a Abras, trata-se de um bom desempenho, levando-se em conta o cenário econômico mundial.
O valor da cesta de 35 produtos considerados de largo consumo subiu 0,4% em abril ante março, para R$ 258,78. Já em relação a abril de 2008, a alta foi de 8,6%. Os produtos da cesta que registraram as maiores altas foram batata (18,75%), açúcar (5,12%) e leite longa vida (3,82%). Já as maiores quedas foram do feijão (-11,15%), cebola (-5,36%) e queijo mussarela (-3,80%).
A Abras divulgou também o índice de volume de vendas, que apresentou aumento de 0,7% no primeiro quadrimestre do ano. As maiores altas nesse caso foram de bebidas alcoólicas (5,9%), não alcoólicas (3,8%), perecíveis (2%) e material de limpeza (1,3%). As principais quedas ficaram com higiene, saúde e beleza (-2,9%), mercearia salgada (-1%) e mercearia doce (-0,7%).
OTIMISMO. Segundo Honda, as principais razões do otimismo no setor encontram-se na manutenção do rendimento médio dos trabalhadores, maior consumo das famílias nos lares e o processo de estabilização dos preços. "Um dos efeitos da crise foi que as pessoas deixaram de frequentar restaurantes e passaram a comprar mais nos supermercados para se alimentar em casa", disse.
O dirigente destacou também que foi registrado um crescimento no tíquete médio gasto nos supermercados, que subiu de R$ 19,6 para R$ 25 nos últimos 12 meses. Honda destacou que vem sendo observado um aumento da compra de produtos perecíveis, como carnes, laticínios e hortifrutigranjeiros nos supermercados, reflexo da maior ida do consumidor às lojas.
O volume das vendas de produtos perecíveis avançou 2% no primeiro quadrimestre, na comparação com igual período do ano passado. Outro item com forte alta foi de bebidas alcoólicas, com aumento de 7,7% das cervejas. Foi registrado ainda aumento no volume das vendas de leite em pó (11,4%), sorvetes (10,1%), suco pronto (10,1%) e de iogurtes (9,4%).
Os indícios de uma retomada mais consistente das vendas também começa a elevar as estimativas da Abras para o valor da cesta dos 35 produtos mais consumidos nos supermercados, medido pela instituição. Os preços acumulam no ano deflação de 0,72%, mas Honda admite que esse nível deve se recuperar a partir de agora, ficando em torno de 0,5% na média dos próximos meses. Em abril ante março, o valor da cesta subiu 0,4%.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ