As vendas dos supermercados no primeiro trimestre cresceram 2,12% em relação a igual período do ano passado. No mês de março, a expansão foi de 6,45%, ante fevereiro, mas no confronto com março de 2008, o faturamento caiu 4,22% em termos reais, ou já deflacionados pelo IPCA. Em todo o ano de 2008, o faturamento do setor cresceu 10,5%.
De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), responsável pelo s dados, a baixa do faturamento em relação a março do ano passado é explicada pelo fato de a Páscoa ter ocorrido naquele mês em 2008. "Trata-se de um efeito sazonal que acabou por reduzir também a alta acumulada no trimestre", disse o presidente da entidade, Sussumu Honda. Segundo ele, entretanto, a previsão é de que, neste mês de abril, o setor supermercadista registre aumento mais acentuado das vendas, entre outros fatores, também por conta da Páscoa.
A Abras consolidou ontem o faturamento total do ano de 2008, que alcançou R$ 158,5 bilhões. O montante representa aumento real de 10,5% perante 2007 e corresponde a 5,5% do PIB do país. Em termos nominais, o crescimento das vendas foi de 16,3%.
Os investimentos do setor supermercadista devem alcançar cerca de R$ 2,4 bilhões em 2009, com foco em aportes mais substanciosos de grandes redes, como Pão de Açúcar e Wal-Mart. A estimativa é da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em parceria com a Nielsen.
O montante é 35% inferior aos R$ 3,7 bilhões investidos pelo setor no ano passado, mas as bases não são comparáveis. O valor apurado em 2008 foi colhido junto a 330 informantes (60% do setor). Já a previsão para este ano contou com apenas 253 respostas (42,6%).
Dada a conjuntura de incertezas econômicas, muitos empresários preferiram calar sobre esse tipo de plano. Para o presidente da Abras, essa previsão deve ser superada. Ele lembra que planos já anunciados pelo Pão de Açúcar (R$ 1 bilhão) e Wal-Mart (R$ 1,6 bilhão) para este ano já ficam acima da estimativa, embora não tenham sido executados ainda.
Ele acredita que as grandes redes devem aproveitar o momento para ganhar mercado com aquisições. As dificuldades com crédito e retração do consumo, mais sentidas por grupos menores, pode favorecer esse movimento.
Se essa avaliação se confirmar, a concentração do setor voltar a crescer. A concentração em 2008 ficou praticamente estável, com 38% do faturamento dividido entre as três maiores empresas (Carrefour, Pão de Açúcar e Wal-Mart). Em 2007 a fatia compartilhada era de 39% das vendas. O ranking mostra que em 2008 o número de lojas cresceu 1,5%; e o de caixas registradoras, 2,7%. O número de funcionários cresceu 1%. A área de vendas mostrou estabilidade devido à tendência de aposta em lojas mais compactas.
Veículo: Gazeta Mercantil