Carrefour avalia padrão de consumo no 2º tri

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Alimentos, artigos de higiene e limpeza marca própria seguem puxando o faturamento da multinacional

 

O Carrefour vem mantendo uma política mais combativa em preços de forma geral — isso ficou evidente em hipermercados, mas especialmente com a sua rede Atacadão em abril — e a ideia é manter essa postura no terceiro e quarto trimestres. Esse foi um dos pontos tratados na manhã desta terça-feira na teleconferência de analistas sobre resultados do segundo trimestre, cujo foco central dos analistas esteve nos temas de dinâmica comercial e integração da rede comprada Big.

 

“Tivemos uma inversão de preços no primeiro trimestre, fizemos um esforço em preços e vimos que o que conseguimos foi positivo, e ajustamos isso depois e vamos continuar nos próximos meses. Não vemos uma mudança forte nos hipermercados no terceiro e quarto trimestres”, disse David Murciano, vice-presidente de finanças.

 

Esse movimento ficou claro também com o Atacadão durante as ações do mês de aniversário da companhia em abril — normalmente um período de mais promoções, o que tende a afetar margem, mas eleva receita. A empresa disse que não é possível afirmar hoje que os níveis promocionais de abril especificamente serão mantidos, mas o Atacadão segue sendo o canal com preços abaixo da média no grupo.

 

O fechamento das unidades do Extra no país, anunciado pelo GPA em 2021, impactou em 1,6 ponto percentual as vendas das “mesmas lojas” nas unidades do Carrefour. O executivo entende que esse impacto é baixo, comparado às unidades onde não ocorreram fechamentos do Extra.

 

Uma das dúvidas do mercado hoje é a manutenção dos ganhos com esse “gap” ocupado pelo Carrefour com o fim do Extra, já que o Assaí deve abrir suas lojas nos pontos do Extra — e considerando que esse “gap” também vem sendo disputado também por outras redes. E, nos próximos meses, como esses ganhos devem compensar o aumento pontual de custos e despesas da integração com Big, rede adquirida em 2021 e em fase inicial de integração.

 

O Big ainda é menos rentável que o Carrefour e a ideia é melhorar esses índices após os ganhos de sinergia gerados com a fusão.

A empresa citou na teleconferência a questão das margens do Big e do desempenho do Sam’s Club, marca do Big.

 

O executivo disse que “ainda é cedo” para falar em novas margens de lucro do Big — a margem de lucro antes de juros impostos, amortização e depreciação do Carrefour ficou em 7,1% de abril a junho, incluindo o Big. Sem o Big, seria de 7,3%, disse a empresa a jornalistas após divulgar o balanço — logo, o Big puxa o índice para baixo.

 

Sobre o Sam’s Club, o negócio teve queda nas vendas de 3,8% no primeiro semestre, e sobre o tema, o comando disse que isso refletiu uma desorganização na cadeia de produtos importados — a rede é forte em mercadorias oriundas da Ásia e EUA. Esses gargalos diminuíram e em julho a venda já cresceu, afirmou.

 

Novo auxílio

 

O Carrefour vem identificando uma queda no valor dos tíquetes de compra e no número de itens comprados por cesta, com a queda no poder de compra da população e alta da inflação, mas isso pode melhorar no segundo semestre, com o aumento no auxílio do governo de R$ 400 para R$ 600 mensais, disse Murciano.

 

Os produtos de marca própria da rede continuaram a aumentar a penetração — isso acontece de forma consecutiva desde 2021 — alcançando 20% das vendas líquidas totais, ou 4,7 pontos acima de um ano atrás.

 

O grupo abriu seis lojas no segundo trimestre e oito no ano. Conversões de lojas do Big em Atacadão e Carrefour, empresa comprada em 2021, começaram a ser feitas em “ondas” neste semestre, como relatado ontem no relatório de resultados.

 

A empresa ainda disse, sobre a integração com Big, que ainda está no processo de obtenção de sinergias, e que está mantido o plano de ganhos já apresentado ao mercado.

 

A jornalistas, a empresa disse que ainda serão reduzidas posições de funcionários, mas que isso será anunciado após os cortes de vagas. Como informamos, as trocas em cargos de alto escalão já foram feitas, com manutenção de alguns executivos do Big e desligamentos de diretores da empresa.

 

O Carrefour teve lucro líquido total da companhia de R$ 690 milhões de abril a junho, alta de 10,6%.

 

Fonte: Adriana Mattos, Valor


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