Venda fracionada de lojas pode ser solução para Makro

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Empresa estuda possibilidades, entre elas a entrada de fundos imobiliários no acordo

 

 

Uma das mais tradicionais atacadistas do Brasil, desde os anos 70, a Makro está tentando sair do país desde o início do ano, quando a sua controladora – o grupo holandês SHV – começou a negociar a venda. O preço pedido, cerca de R$ 3 bilhões de reais, corresponde ao “valuation” da marca e considera um terço desse valor como o braço imobiliário da rede. Porém, o mercado considera o preço exorbitante. Assim, duas negociações com outras redes supermercadistas já foram abandonadas, o que levou a Markro a considerar a venda fracionada da rede.

 

O problema, para ele, é: ao fatiar a operação, os holandeses embolsariam, por ponto, menos do que se negociassem o pacote completo. Isso porque, na média, pontos piores saem com melhores preços quando se vende o lote todo de uma vez. Separadamente, os piores pontos tendem a ficar para o fim, com preços bem mais baixos. “Fracionar não é o melhor negócio para quem vende. E o quadro geral para negociações hoje não ajuda o vendedor”, disse o consultor de varejo Eduardo Terra ao Valor Econômico.
Segundo ele, “Em 2023, as empresas devem apertar ainda mais as saídas de caixa, fazer mais cortes de despesas e segurar investimentos até terem clareza do cenário. A ideia de se alavancar numa transação neste momento não é bem-vinda”, acrescenta Terra.

 

Entre as melhores unidades do Makro estão as lojas nos bairros de Butantã e Vila Maria, na capital paulista, e em Osasco (SP). Saindo dessas três ou quatro lojas, a lista segue com unidades com lucro operacional menor, o que reduz o interesse.

 

Fundos imobiliários

 

Outras opções em pauta são as negociações com fundos imobiliários. No modelo “sale-leaseback”, um fundo compraria as lojas Makro e alugaria os pontos para outras redes, que entraria na negociação junto com o fundo.
Um terceiro caminho seria um “sale-leaseback” direto entre o Makro e o fundo, com a empresa permanecendo no país e alugando e operando as lojas compradas pelo fundo. Essa opção é a que menos agrada aos controladores, que querem uma saída definitiva do país.

 

Uma fonte próxima ao conselho do Makro diz que não há espaço para negociar valores ou uma extensão muito amplas nos prazos de pagamento, o que torna um acordo mais difícil.

 

De certa forma, todas as opções têm impedimentos, sejam de ordem prática ou financeira. O caminho de negociação com fundos já foi discutido no conselho do Makro. O Credit Suisse, que atua na área com a gestão de oito fundos de imóveis no país, teria sido sondado, apurou o Valor. Um segundo fundo de grande porte foi procurado por uma atacadista para montar um modelo de compra com locação posterior dos pontos.

 

“A questão é que é algo mais difícil de estruturar, porque depende de uma demanda de investidores [para a captação de recursos], e neste momento, vivemos uma “seca total no mercado”, diz um gestor que vem buscando um desenho com o Makro. Além disso, no grupo de bons pontos, o Valor apurou que há unidades que não são do Makro, mas alugadas de terceiros, como a Savoy, e que o fundo não teria como comprar da rede.

 

O processo de saída dos holandeses do Brasil começou em 2019, com a venda de 29 lojas para o Carrefour (excluindo São Paulo, que o Carrefour não queria), por R$ 1,95 bilhão. Depois dessa venda, veio a crise da pandemia e a venda do restante foi retomada este ano.

 

 

Com informações do Valor Econômico


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